Evento foi marcado pelo apelo de diretores da Anvisa para que a Agência seja reestruturada, com a contratação de servidores
Servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), representantes do setor regulado, da indústria, de serviços de saúde e da academia debateram, no dia 27 de fevereiro, em Brasília, os avanços tecnológicos do segmento de dispositivos médicos e os pontos de atenção no desenvolvimento do parque tecnológico da saúde.
O evento foi marcado pelo apelo de dois diretores da Anvisa para que a Agência seja reestruturada, com novos concursos para a contratação de servidores. O diretor-presidente, Antônio Barra Torres, e o diretor da Quarta Diretoria, Rômison Mota, pediram que os presentes que tivessem articulação com parlamentares levassem o pleito até eles. Participaram da abertura, Daniel Meirelles Fernandes Pereira, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Leandro Safatle, pelo Ministério da Saúde; Andrea Pereira Macera, representando o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; e Rodrigo Secioso, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
A Aliança Brasileira da Industria Inovadora em Saúde (ABIIS) foi uma das protagonistas do Seminário, que ao longo do dia discutiu ainda a importância das startups; inteligência artificial aplicada à saúde; pesquisa clínica com dispositivos médicos inovadores; financiamento de projetos para dispositivos médicos inovadores; e os avanços em IVD nas áreas das Ciências Ômicas. No final, foram apresentados os resultados do Edital de Chamamento 10/2023 – Projeto-piloto para avaliação regulatória de dispositivos médicos inovadores de interesse em serviços de saúde no Brasil.
O presidente do Conselho de Administração da ABIIS, Carlos Eduardo Gouvêa, abriu a série de palestras sobre inovação em saúde. Destacou que o mercado de dispositivos médicos tem mais de 80 mil produtos registrados na Anvisa, mão de obra qualificada e com renda média alta. “É fundamental focar no desenvolvimento da academia e de profissionais especializados na produção, pesquisa e inovação do ecossistema”, afirmou.
Segundo Gouvêa, são prioridades para o setor “o tratamento diferenciado dos produtos médicos na reforma tributária; a revisão do atual modelo do Complexo Industrial da Saúde; o mapeamento da real utilização de Diagnóstico (IVD) e Dispositivos Médicos e comparar com a real necessidade para adequada formulação de Políticas Públicas; e o mapeamento e identificação dos hubs de inovação que já atuam em Dispositivos Médicos e IVD e estruturá-los em uma rede que trabalhe de forma integrada e otimizada”. Ele salientou a importância da saúde para a economia. “A saúde é um grande foco de geração de crescimento, promotor de educação e ciência e é indutor de uma maior cooperação regional”, finalizou o presidente da ABIIS.
No debate sobre os avanços tecnológicos em dispositivos médicos, que reuniu representantes da Abimo, Abimed, Anbiotec e ABIIS, o diretor da Aliança, Sérgio Rocha, destacou que a criação de um parque tecnológico da saúde no Brasil passa pela definição do que é prioridade. “Nós temos uma indústria nacional muito forte em algumas áreas que poderiam crescer e serem mais competitivas no exterior. Mas precisamos buscar novas oportunidades onde podemos ser protagonistas. Para isso, precisamos nos sentar à mesa e definir o caminho que queremos seguir”, disse. Na opinião de Rocha, “não adianta querer produzir um produto de alto custo no Brasil que já esteja disponível em qualquer lugar do mundo. Seria mais fácil continuar importando ou transferir tecnologia para uma grande companhia estrangeira vir produzir aqui”, concluiu.
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