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Seminário Anvisa/ABRAIDI discutiu, no segundo dia de evento, normas internacionais, inteligência artificial, aplicativos de saúde.

O segundo dia do IV Seminário Internacional de Dispositivos Médicos foi aberto pelo diretor técnico da ABRAIDI, Sérgio Madeira, que fez um tributo a Heitor Luz, grande líder na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), falecido em novembro de 2022, amigo e colaborador da associação. A seguir, o gerente de Estratégia Regulatória da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO), o engenheiro Joffre Moraes, também homenageou Heitor Luz e apresentou o primeiro palestrante do dia,  destacando sua grande competência, necessária para substituir o homenageado. Também Heitor, Korndorfer é engenheiro, coordenador da Comissão de Implantes Cirúrgicos da ABNT CB-26 e diretor da MSC MED, empresa que presta assessoria regulatória.

O evento foi promovido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e a Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para a Saúde e realizado, em 10 e 11 de agosto, no auditório do Instituto de Radiologia da USP, em São Paulo, com o patrocínio da Viman Sistemas.

A conferência de abertura tratou da elaboração e aplicação de normas internacionais de segurança e eficácia de implantes. “Ouvimos aqui vários palestrantes citarem normas técnicas da ABNT. O meu papel agora é mostrar um pouco desse universo normativo”, contextualizou Heitor Korndorfer, que detalhou as normas técnicas para fins regulatórios e as recomendações do IMDRF, que é o principal fórum de reguladores de dispositivos médicos de todo o mundo para acelerar a harmonização e a convergência regulatória internacional. 

A inteligência artificial, a ética, a regulação e o software como dispositivo médico foram os temas da palestra do professor Renato Sabbatini, um pioneiro da informática, pesquisador e professor da UNICAMP, diretor de educação da Associação Brasileira de Informática e presidente eleito da Associação Americana de Informática Médica. Sabbatini ressaltou estarmos vivendo um momento de disrupção violenta e que irá afetar tudo e todos a tal ponto de não estarmos mais sabendo o que fazer com tantas novidades. O professor começou falando sobre a evolução da saúde digital e de que o Brasil está em todas as etapas desde a 0.0 até a Saúde 6.0. “Assim que vamos evoluindo, abandonamos as etapas anteriores e seguimos adiante”, contextualizou. “Hoje uma monitoração de dados vitais do paciente pode ser feita de forma bastante simples, desde a frequência cardíaca até medição de glicose, oxigenação e o acompanhamento em vários parâmetros, sincronizando com aplicativos e tendo apoios, indicações e decisões. Os pacientes estão preparados para isso?”, provocou a plateia e completou: “alguns sistemas recomendam ou analisam recomendações e até fazem diagnóstico acertando mais do que um médico especialista”. A moderação do painel foi do analista da GQUIP da Anvisa, Juliano Tesser.

Paulo Gallotti Rodrigues, da Amazon Web Services, encerrou as palestras da manhã destacando o papel dos dispositivos móveis e a inteligência artificial, que estão transformando a experiência do usuário no setor de saúde. “Teremos 40 bilhões de aparelhos conectados até o final de 2023 e 95% dos novos veículos vendidos mundialmente serão igualmente conectados até o final do ano. A única forma de processar tantos dados é com a IA. O ChatGPT impressiona, mas temos vários modelos trabalhando da mesma forma. Estamos chegando num ponto em que isso tudo irá mudar as nossas vidas, na área da saúde também”, analisou. O engenheiro Anderson Almeida Pereira, que é gerente da GQUIP da Anvisa, moderou as discussões fazendo perguntas formuladas pela plateia.