Ao todo, são mais de R$ 2 bilhões de investimento em pesquisas, gestão, incorporação de tecnologias e capacitações
O comitê gestor do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) aprovou mais três projetos e proposta de desenvolvimento de projeto, na ordem de R$27,1 milhões, para fortalecer e aprimorar o SUS. As aprovações ocorreram durante a 10° reunião ordinária do grupo, realizada nesta quinta-feira (20), na sede da Organização Panamericana de Saúde (Opas/OMS).
Para o triênio 2021-2023, o Proadi-SUS prevê investimentos na ordem de 2 bilhões de recursos oriundos de imunidade tributária. Ao presidir a reunião, o secretário executivo adjunto do Ministério da Saúde, Marcus Vinícius Fernandes, destacou a importância do programa. “É uma grande oportunidade de diálogo técnico e científico entre o Ministério da Saúde e hospitais de excelência para produzir soluções de aprimoramento e fortalecimento do SUS”, afirmou. Atualmente, 154 projetos estão em fase de execução na área de pesquisa, gestão, incorporação de tecnologias e capacitação em saúde.
Projetos aprovados
O primeiro projeto aprovado, no valor de R$1,15 milhão, é voltado para a oferta de uma pós-graduação com foco no desenvolvimento de competências em docência em saúde. Será executado pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e acompanhado pela Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde (SGTES/MS).
O segundo, no valor de R$16,8 milhões, busca apoiar a implementação de boas práticas na atenção à cardiologia e urgências cardiovasculares. O projeto será executado pela Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP) e acompanhado pela Secretaria de Atenção Especializada em Saúde (SAES/MS).
O terceiro projeto, na ordem de R$2,2 milhões, tem como objetivo apoiar e qualificar, de forma técnica e científica, a tomada de decisão judicial em saúde no Brasil. O Hospital Sírio Libanês (HSL) será o executor do projeto, que também será acompanhado pela SAES/MS. Todos os três projetos deverão ser executados até o dia 31 de dezembro de 2023.
Também foi aprovada uma proposta para desenvolvimento de projeto de pesquisa no valor de R$7 milhões sobre estudo genético de famílias sugestivas de síndrome de câncer hereditário para identificar variantes genéticas patogênicas em indivíduos com predisposição à doença. O projeto, após aprovado, será desenvolvido pelo Hospital Sírio Libanês (HSL) e acompanhado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos (SCTIE/MS).
Prevenção de doenças cardiovasculares
Durante a reunião, foi apresentada a pesquisa em desenvolvimento sobre avaliação da eficácia da vacinação contra Influenza para redução de mortalidade e do ônus de doenças crônicas (Estudo VIP). O projeto, cujos valores investidos somam R$4,7 milhões, é realizado pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira – Hospital Albert Einstein e acompanhado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos (SCTIE/MS).
O estudo demonstrou que a vacinação contra a Influenza em pacientes ainda em hospitalização por infarto agudo do miocárdio, ou após alta, depois de 30 dias, em ambulatórios ou Unidades Básicas de Saúde (UBS), diminui o risco de desenvolver um novo infarto e morte por doenças venosas crônicas (DVC).
Para o pesquisador do estudo, Henrique Fonseca, a mensagem principal do estudo é a necessidade de vacinar. “O mais importante é que pacientes de alto risco, logo após infarto agudo do miocárdio, bem como outros pacientes considerados de alto risco, tomem a vacina da Influenza”, ponderou.
A pesquisa também capacitou 125 centros de pesquisas públicos para a importância da vacinação contra a Influenza para a prevenção de doenças cardiovasculares.
Padronização de dados
A Agência Nacional de Saúde (ANS) apresentou o Projeto Padronização e Qualificação dos Dados Assistenciais da Saúde Suplementar (PQDAS), financiado com recursos do Proadi-SUS, na ordem de R$4 milhões. A pesquisa é executada pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz e busca fortalecer a integração da saúde suplementar com as políticas públicas de saúde do país, conforme estabelecido pelo Plano Nacional de Saúde.
Por meio da atualização da padronização dos dados assistenciais da saúde suplementar, a iniciativa ainda pretende contribuir para a consolidação e melhoria da política de dados abertos.
Proadi-SUS
O Proadi-SUS é financiado com recursos de imunidade tributária concedida aos hospitais filantrópicos de excelência reconhecida pelo Ministério da Saúde. Para o triênio 2021-2023 participam seis hospitais de excelência, que propuseram 215 propostas, das quais 154 foram aprovadas, com previsão de alocação de recursos de mais de R$ 2,092 bilhões em três anos.
Dos 154 projetos já aprovados para este triênio, 37% envolvem o desenvolvimento de técnicas de operação de gestão em serviços de saúde, 31,8% estão direcionados a pesquisas de interesse público em saúde, 24,7% para capacitação de recursos humanos e 6,5% em estudos de avaliação para incorporação de novas tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS).
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Com informações do GOV.BR (21/10/2022)
