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Os novos arranjos produtivos são urgentes, defende o vice-presidente da ABIIS

Especialistas discutiram como podemos melhorar o ambiente de negócios, redução do custo Brasil e os desafios das indústrias no país

No painel que tratou do ‘Ambiente de negócios no Brasil e cadeia produtiva da saúde’, o vice-presidente da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora da Saúde (ABIIS), Carlos Eduardo Gouvêa, defendeu que “os novos arranjos produtivos são urgentes, questão evidenciada pela pandemia da Covid-19”.

O ex-ministro da Saúde e atual deputado federal, Alexandre Padilha (PT/SP), que é relator da Subcomissão Especial de Desenvolvimento do Complexo Econômico e Industrial em Saúde (SUBCEIS), afirmou que nos próximos 5 anos o país estará vivendo a superação dos impactos da crise sanitária, em um grande esforço que envolve dispositivos médicos, tecnologia e capacidade de oferecer novos serviços. “Precisamos melhorar a vigilância sobre a pandemia, expandir a rede de genotipagem das mutações que surgem e fazer rastreamento de contato. Em paralelo, existe um enorme desafio que são os problemas de saúde represados por conta da pandemia e a necessidade de expansão dos serviços. Por tudo isso, o Brasil precisa ter um comprometimento de ampliação sustentável dos recursos, para fortalecer esse mercado”.

Defendeu que o próximo Congresso vai ter que se debruçar sobre o problema e criar uma excepcionalidade com relação ao investimento na área da saúde. “Como se fosse um plano de recuperação, de superação da pandemia e dos seus problemas represados que garanta sustentação financeira. E acho muito boa essa ideia de ter uma rubrica específica para incorporação de novas tecnologias no SUS”.

Em setembro, o relatório da SUBCEIS será apresentado na Câmara dos Deputados, com a participação da ABIIS. “Entre as propostas estão regime específico de compras na área da saúde e a retomada das linhas para o desenvolvimento produtivo, e o debate do regime tributário. Sabemos que é muito injusta a questão tributária, sobretudo para o setor público e privado possam comprar produtos produzidos no Brasil”, conclui o parlamentar.

O Superintendente de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou que “a pandemia trouxe a certeza sobre a diferença que faz termos uma indústria diversificada, com capacidade tecnológica inclusive para se adaptar e promover a reconversão industrial. E a segunda certeza é a importância do SUS, que pode representar mais para a indústria do que ele já é hoje”, disse João Emílio Gonçalves, que complementou: “Saúde é o setor que mais investe em pesquisa e desenvolvimento e que paga salários mais altos. Portanto, tem impacto sobre a renda da população e sobre a possibilidade de crescimento no longo prazo. É urgente que medidas para aumentar a capacidade da indústria sejam tomadas para a inserção do Brasil nas cadeias globais de valor. A CNI defende a agenda do Custo Brasil e a agenda da política industrial de inovação e de comércio exterior”, finalizou.

A CEO da Braile, Patrícia Braile, encerrou o painel representando as médias empresas brasileiras de saúde. “O Brasil tem uma potencialidade enorme e é capaz. Nós somos de uma competência gigantesca, somos um povo trabalhador e criativo, precisamos desse plano estratégico e vontade do Estado. Precisamos dessa conjunção de forças, ideias e talentos para que possamos construir um país com mais saúde e justo para todos”.