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O impacto da pandemia na saúde e os cenários futuros para o país foram discutidos durante o III Fórum ABRAIDI

A ABRAIDI realizou o III Fórum, em 15 de abril, onde debateu o impacto da pandemia para os distribuidores, fabricantes e importadores e quais os caminhos para o futuro. O evento totalmente online, com transmissão ao vivo pelo YouTube, marcou também o lançamento da 4ª edição do Anuário (acesse aqui o arquivo), que contempla uma série de informações setoriais sobre o ciclo de fornecimento de produtos para saúde no Brasil e as distorções que ainda são registradas.

O presidente da ABRAIDI, Sérgio Rocha, fez a apresentação inicial, contou a história do Anuário, que surgiu com a intenção de suprir uma lacuna setorial e trazer informações consolidadas do segmento. “Neste ano, elaboramos um documento ainda mais completo, voltado para o contexto atual e tudo o que estamos vivendo por conta da pandemia de Covid-19”, afirmou Rocha.

O primeiro debate, moderado pelo próprio Sérgio Rocha, tratou da visão dos fornecedores sobre a crise na pandemia, as mudanças do mercado e as adaptações que as empresas tiveram que fazer. O vice-presidente da ABRAIDI, Ronaldo Carneiro, que atua na Bahia, lembrou que o estado teve expressiva queda no PIB com muitas demissões. “No final do ano passado, houve uma lenta retomada com o retorno das cirurgias eletivas, até todos serem pegos de surpresas com a segunda onda da Covid-19, associada à brutal elevação no câmbio, além do fim da isenção do ICMS em São Paulo, que atingiu o país como um todo”.

O conselheiro da ABRAIDI, Cassius Maggioni, executivo de empresa no interior de São Paulo e vários outros estados, informou queda de 34% no faturamento. “A alta do dólar impactou também na indústria nacional que importa muitos insumos. A ‘cereja do bolo’ foi a cruel elevação do ICMS com uma decisão, pouco sensível do Governo do Estado, nesse momento em que estamos vivendo”. Já o associado André Reis citou alguns ajustes feitos na empresa para se adaptar à nova realidade. “Fizemos adequações financeiras e ações para garantir o capital de giro, renegociação de contratos com fornecedores, clientes e ativos, entre outros”.

Um dos temas de destaque do III Fórum foi a questão de impostos que incidem sobre o setor de saúde e a tão essencial reforma tributária, que tramita no Congresso Nacional. Os debatedores do painel foram o diretor de Programa da Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Bruno Negris, e o deputado federal (MDB/SP) e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, com moderação da jornalista Bárbara Mengardo, do portal Jota, especializada na cobertura jornalística do tema.

O diretor de Programa da Secretaria Especial de Fazenda lembrou que o Congresso Nacional foi parceiro do Ministério da Economia para aprovar projetos importantes onde os estados e municípios puderam gerenciar a pandemia com condições mais estáveis no aspecto fiscal. O deputado Baleia Rossi ressaltou que a reforma tributária deverá ser prioridade, assim que a crise sanitária passar e falou, claramente, da necessidade de tratamento diferenciado para a saúde, educação e transporte público. “Não há possibilidade de fazer uma reforma sem um amplo entendimento do Executivo e do Legislativo, pela complexidade que atinja a vida das pessoas. Não é razoável mudar tributos que impactem na saúde. Mais do que nunca, saúde é essencial, salvar vidas e dar condições de que as pessoas tenham uma melhor qualidade de saúde”, concluiu o parlamentar.

O diretor executivo, Bruno Bezerra, homenageou o senador Major Olímpio, falecido recentemente, e que participaria da mesa sobre reforma tributária com presença confirmada. “O parlamentar era um importante aliado da saúde e vinha defendendo publicamente pleitos setoriais, como a redução do ICMS para produtos em São Paulo”, lembrou.

A conferência que encerrou o III Fórum foi do economista, Eduardo Giannetti da Fonseca, que abordou as perspectivas econômicas e políticas para o Brasil. O professor apontou três grandes certezas e incertezas globais que serão enfrentadas no pós-pandemia. “O mundo saíra muito mais endividado. Nós caminhamos para um processo onde a globalização irá desacelerar. E teremos uma economia mais digital”. Já em relação as incertezas: “a efetividade das vacinas com o surgimento de novas cepas pode comprometer qualquer previsão. A inflação de preços, de ativos e o superaquecimento das economias pelos recursos governamentais trazem imprevisibilidades futuras. E, por fim, ninguém sabe qual será a postura comportamental da sociedade depois dessa trágica travessia”, completou em referência à Covid-19. Para o Brasil, Giannetti da Fonseca ressaltou preocupações inflacionárias e a questão fiscal.

O III Fórum teve ainda três breves palestras sobre os “Novos modelos de negócio para venda de produtos para saúde: o crescimento do e-commerce na pandemia” com Rodrigo Correia; as “Oportunidades de redução da carga tributária através da recuperação de créditos fiscais”, com Nicole Haas; e os “Impactos da liberdade econômica no mundo da certificação”, com Marcelo Esposito Carrenho. O evento contou com o patrocínio da Weel, Diferencial Tributária, QC Cert – Certificações, Suprevida, Braile Biomédica e o apoio da Aliança da Indústria Inovadora em Saúde – ABIIS, do Instituo Ética Saúde – IES, do Grupo Mídia, da Hospitalar e da Medical Fair.

Assista ao vídeo abaixo:

Com informações do site da ABRAIDI (16/04/2021)