Ministro se reúne com as primeiras-damas do Brasil e do Paraguai para debater ações para assistência a pessoas com deficiência auditiva.
ara dar visibilidade a uma data tão importante, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, participaram do encontro virtual com o ministro da Saúde do Paraguai, Júlio Mazzoleni e a primeira-dama do país, Silvana Abdo. Em transmissão, as autoridades destacaram a necessidade de intensificar rapidamente os esforços para prevenir e tratar a perda auditiva com investimentos e expansão do acesso a serviços de saúde.
A campanha “Cuidados auditivos para todos! Triagem. Reabilitação. Comunicação”, lançada em comemoração ao Dia Mundial da Audição, tem como objetivo compartilhar informações e promover ações para a prevenção e cuidados da perda auditiva.
O alerta feito ao divulgar a Campanha da Organização Mundial de Saúde (OMS), apresenta o primeiro Relatório Mundial sobre Audição da OMS que estima que 1 em cada 4 pessoas terão problemas auditivos até 2050.
A parceria entre os países foi enaltecida por ambos os lados e o ministro Pazuello ressaltou que “Brasil e Paraguai têm uma longa história de cooperação” ao desejar que as ações em conjunto acerca da saúde auditiva tragam bons resultados. Pazuello também ressaltou os serviços disponíveis para o tratamento auditivo disponíveis no sistema de saúde brasileiro: “temos à atenção básica, que promove a prevenção e a identificação do problema; e a atenção especializada que engloba as tecnologias assistivas, como aparelhos, implantes, dispositivos de frequência modular, entre outros”, destacou Pazuello.
“Uma vez que se tenha o diagnóstico, o tratamento precoce é fundamental. As intervenções médicas e cirúrgicas podem curar a maioria das doenças do ouvido, potencialmente revertendo a surdez”, finalizou o ministro.
A pasta busca impulsionar ações políticas para a integração dos cuidados auditivos nas políticas nacionais de saúde e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, alertou em sua fala sobre o impacto que uma perda auditiva pode ter na vida dos pacientes e das famílias e lembrou da importância do Brasil no tema: “Sabemos que o nosso país é referência no tratamento gratuito, mas muitas vezes as famílias desconhecem os serviços prestados pelo SUS na área de saúde auditiva”. A primeira-dama lamentou que devido à falta de informação sobre a reabilitação auditiva, muitos idosos fiquem ainda mais isolados durante a pandemia.
De acordo com Michelle, temos que ser agentes de informação, pois “uma família bem informada pela área médica pode mudar o rumo da vida do paciente, trazendo inclusive, em alguns casos, uma melhora bastante significativa na saúde auditiva e nos laços de convivência familiar”.
Teste da Orelhinha
A Triagem Auditiva Neonatal, conhecida como “Teste da Orelhinha”, tem por finalidade a identificação, o mais precocemente possível, da deficiência auditiva em recém-nascidos, garantindo mais chances de sucesso na reabilitação. A identificação é o primeiro passo para lidar com a perda auditiva e doenças relacionadas. A triagem clínica em pontos estratégicos da vida garante que qualquer perda de audição e doenças do ouvido possam ser identificadas o mais cedo possível.
A capacidade de ouvir é uma preciosa ferramenta de comunicação e a perda auditiva não tratada pode ter um impacto grande na capacidade das pessoas se comunicarem, o que muitas vezes afeta a saúde mental e a capacidade de manter relacionamentos.
Principais causas da perda auditiva Em crianças, quase 60% da perda auditiva pode ser evitada por meio de medidas como imunização para prevenção da rubéola e meningite, melhoria da atenção materna e neonatal e triagem e tratamento precoce de doenças inflamatórias do ouvido. Em adultos, o controle de ruído, a escuta segura e a vigilância de medicamentos, juntamente com uma boa higiene do ouvido, podem ajudar a manter uma boa audição e reduzir o potencial de perda auditiva.
As tecnologias auditivas, como aparelhos e implantes cocleares, são bastante eficazes e econômicas beneficiando crianças e adultos.
Cenário brasileiro
No Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde, cerca de 2,2 milhões de pessoas possuem deficiência auditiva. O nosso país é um dos únicos que, com mais de 200 milhões de habitantes, assumiu o desafio de ter um sistema de saúde universal, público e gratuito. O SUS oferece assistência às pessoas com deficiência auditiva desde 1993. O atendimento se dá em formato de redes, envolvendo atenção primária; atenção especializada em reabilitação auditiva e atenção hospitalar e de urgência e emergência, além da capacitação de profissionais de saúde sobre o tema.
Para Maíra Botelho, diretora de Atenção Especializada e Temática (DAET) do Ministério da Saúde, é uma motivação da pasta promover a melhoria da qualidade de vida de quem precisa. “Para muitos de nós, é muito fácil esquecer da importância dos sentidos no nosso dia a dia. O SUS sabe dessa importância e acolhe os brasileiros que precisam de apoio para viver melhor e fazemos isso com compreensão e capacidade de atendimento. Além das ações de prevenção sobre problemas auditivos, o SUS oferece diagnóstico, concessão de dispositivos auditivos, manutenção de próteses auditivas e terapias fonoaudiológicas.”
ATENDIMENTO
Atualmente, existem 241 serviços habilitados em reabilitação auditiva, que realizam o diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação e manutenção de tecnologia assistiva no âmbito do SUS em 26 estados brasileiros. Desses, 116 são habilitados como Centros Especializados em Reabilitação (os quais ofertam pelo menos duas modalidades de reabilitação, sendo uma delas a auditiva) e 125 Centros de Reabilitação Auditiva na Média e Alta Complexidade.
Para essa etapa de reabilitação, o Ministério da Saúde repassa recursos anuais de aproximadamente R$ 309,9 milhões para o custeio de serviços de reabilitação auditiva no âmbito da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência do SUS.
Assista ao vídeo da live, clicando aqui.
Com informações do portal gov.br (03/03/2021)