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Brasil registra queda de mortes por lesões de trânsito

Durante o mês de conscientização no trânsito, o Ministério da Saúde chama atenção para a importância de dirigir com segurança

Entrar no carro e dirigir pode se tornar uma ação automática para quem faz isso todo dia, e aí está o perigo. Durante o Maio Amarelo, o Ministério da Saúde chama a atenção para a conscientização sobre segurança no trânsito e todas as atitudes necessárias para evitar acidentes, incluindo a orientação de não ingerir álcool antes de dirigir.

Os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) mostram que as mortes por lesões de trânsito vêm caindo ano a ano no Brasil. Em 2019, 31.945 pessoas perderam a vida por lesões de trânsito, 710 a menos que em 2018. É importante lembrar que os dados de óbitos são divulgados sempre referentes aos dois anos anteriores, portanto, os dados de 2020 e 2021 ainda são preliminares e estão sujeitos a alterações.

Desde 2015, o país registra queda nos registros de mortes, quando houve redução de 11,7% de óbitos. Neste ano, o país registrou 38.651 óbitos, 5.129 a menos do que em 2014. “A redução é um bom sinal, entretanto, a morte por lesão de trânsito ainda mata milhares de pessoas todos os anos. Por isso, a união de toda a sociedade é muito importante para a causa”, ressalta o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros.

Os óbitos entre pedestres foram um dos que apresentaram redução ao longo dos últimos anos. Em 2019 ocorreram 5.715. Em 2018, 6.018 pedestres perderam a vida em acidentes de trânsito, 451 a menos que em 2017.   

ÁLCOOL E DIREÇÃO

O Ministério da Saúde alerta para uma das principais causas de lesões no trânsito: o consumo de álcool antes de dirigir. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 apresentou a proporção de pessoas que conduziram veículo motorizado, carro ou motocicleta, pelo menos uma vez, após o consumo de bebida alcoólica, independentemente da quantidade consumida.

Os dados da PNS 2019 mostram que 17% da população brasileira ingeriu bebidas alcoólicas antes de dirigir, variando de 14,8% nas Regiões Sul e Sudeste a 23,4% na Região Norte. Mais pessoas que vivem em áreas rurais (22,5%) relataram beber antes de dirigir do que pessoas que vivem em áreas urbanas do país (16,2%). Em todo o mundo, 3 milhões de mortes por ano resultam do uso de bebidas alcoólicas, representando 5,3% do total de óbitos registrados.

PROGRAMA VIDA NO TRÂNSITO

Desenvolvido pelo Ministério da Saúde, em parceria com estados e municípios, o Programa Vida no Trânsito (PVT) se apresenta como a principal resposta do setor de saúde aos desafios da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ações pela Segurança no Trânsito. O Programa foi implantado em cinco capitais em 2010, como um projeto-piloto, e iniciou processo de expansão em 2011, estando atualmente implantado em 52 municípios, sendo 25 capitais, Distrito Federal e 26 municípios não-capitais. Em 2019 o projeto foi premiado com o Prêmio da Força-Tarefa Interagências da ONU, pela qualidade e efetividade das ações de prevenção de lesões no trânsito.

O Programa Vida no Trânsito consiste em uma estratégia de governança e gestão intersetorial, desenvolvido em parceria com estados e municípios, em conjunto com atores do sistema de trânsito, transporte, segurança, infraestrutura, planejamento urbano, educação, organizações não governamentais, sociedades científicas e controle social.

As principais contribuições do setor de saúde no projeto são a efetivação de leis e a capacidade de mobilizar, envolver e aglutinar forças, a qualificação da informação para a ação de forma específica e oportuna e a atenção integral e qualificada às vítimas, desde o atendimento pré-hospitalar até a reabilitação.

O Programa fundamenta-se na análise integrada de dados de múltiplos setores envolvidos na temática das lesões no trânsito, a qual subsidia a produção do plano de ação intersetorial, que direciona ações sobre os principais fatores de risco e grupos vítimas de lesões no trânsito, considerando usuários, vias seguras e veículos seguros.

Para qualificação desses dados, foi desenvolvida uma plataforma digital a fim de fortalecer o processo de análise para os profissionais que desenvolvem ações de vigilância de lesões no trânsito bem como a execução das ações do Programa. A plataforma permitirá o cadastramento das informações referentes à situação atual do PVT no município, e a realização do relacionamento entre bancos de dados sobre vítimas, bem como o monitoramento de resultados. Estima-se que até o final deste ano a Plataforma estará disponível para estados e municípios que tem o programa implantado.

Com informações do portal gov.br (21/05/2021)