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ABIIS se posiciona sobre propostas que alteram regulamentos de transporte aéreo de dispositivos médicos com baterias de lítio

Federação Internacional da Associação de Pilotos de Linha Aérea pede mudanças nas regras de transporte de mercadorias a bordo de aeronaves, que teriam implicações significativas no atendimento ao paciente

A Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde, preocupada com o possível impacto das alterações propostas aos regulamentos internacionais de transporte aéreo que afetam remessas de dispositivos médicos com baterias de lítio, pediu reunião com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e com o Ministério da Saúde. “Queremos discutir um possível posicionamento do Brasil contrário a essa medida, que pode trazer problemas de abastecimento de produtos de saúde no país”, afirma o diretor executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.

Um documento assinado pela Aliança e entidades que representam a indústria global de dispositivos médicos – endereçada ao presidente do Painel de Mercadorias Perigosas da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), na Holanda – expressa a preocupação com duas propostas em particular que teriam implicações significativas no atendimento ao paciente, operacionais e de custo para a indústria médica:

  • Exigir que todos os dispositivos que contêm baterias de lítio tenham um botão liga/desliga para permitir que os mesmos sejam “desligados” quando transportados por via aérea.
  • Exigir que as remessas de baterias de íon de lítio (recarregáveis) embaladas ou contidas no equipamento sejam enviadas no estado prático de carga (SOC) mais baixo, não excedendo 30% SOC. As baterias em dispositivos médicos atualmente não têm restrições e são enviadas totalmente carregadas.

‘As baterias de íon de lítio são amplamente utilizadas em dispositivos médicos que salvam vidas, essenciais para o atendimento diário do paciente e na luta contra a COVID. Algumas dessas tecnologias incluem, entre outros, ventiladores, bombas intravenosas, marcapassos, incubadoras, monitores de pacientes e desfibradores. As baterias projetadas para dispositivos médicos devem atender a todos os regulamentos para esses produtos, inclusive os atuais de transporte. Os padrões mais elevados em vigor para dispositivos médicos já fornecem benefícios de segurança adicionais, sem a necessidade de regulamentação de transporte adicional. As propostas do IFALPA sujeitam desnecessariamente os dispositivos médicos a novos requisitos de transporte aéreo, apresentando questões significativas de reformulação’, explica a carta.

A comunidade de dispositivos médicos ressalta ainda que fabrica produtos de última geração que já são fortemente regulamentados por agências internacionais de acordo com os mais altos padrões de segurança e eficácia. E que ‘não está ciente de um único incidente de aviação envolvendo dispositivos médicos alimentados por bateria de lítio, nem as propostas da IFALPA foram submetidas a qualquer análise de risco para demonstrar que essas mudanças melhorariam a segurança do voo’.