“O Brasil tem potencial para suprir o mercado interno e de outros países da América Latina, Oriente Médio e Rússia”, afirma o presidente da Aliança
A Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde iniciou, no dia 02 de dezembro, a Agenda Saúde 2022/2030 – Dispositivos Médicos, que vai apresentar os desafios e propostas para o setor às lideranças públicas e candidatos à Presidência da República do ano que vem. O objetivo é contribuir efetivamente com as equipes técnicas das campanhas da área da Saúde. O presidente do Conselho de Administração da ABIIS, Bruno Boldrin Bezerra, e o assessor em Relações Institucionais, Armando Queiroz Monteiro Bisneto, se reuniram com o pré-candidato do Novo, Luiz Felipe d’Avila, e com o gerente executivo do partido, Lucas Albuquerque, em São Paulo.
A Aliança defende que o setor de Dispositivos Médicos seja considerado estratégico pelo Estado Brasileiro, para os interesses geopolíticos, diplomáticos, econômicos e sociais do país. “O Brasil tem uma capacidade de consumo muito grande, com 220 milhões de pessoas, o maior sistema de saúde público do mundo (SUS), além de um sistema privado bastante robusto. Trazemos propostas para contribuir para o debate de 2022 para fomentar o setor em território nacional”, afirmou Bezerra.
Fazendo uma referência à pandemia, o presidente da ABIIS destacou que, em 2020, 74,2% das exportações mundiais de EPI’s foram feitas pela China e que 62,2% das exportações mundiais de ventiladores foram feitas por cinco países, sendo que o Brasil não está nessa lista. “O país tem uma indústria de capital nacional que pode ser fortalecida. Paralelamente, temos capacidade de atrair indústrias internacionais para montar suas plantas aqui e exportar. Elas gerariam emprego, arrecadação tributária e investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia. Hoje há uma série de ineficiências que afugentam as multinacionais. Seja por meio da indústria nacional ou internacional, temos potencial para suprir o mercado interno e de outros países da América Latina, Oriente Médio e Rússia”.
As questões consideradas fundamentais pela ABIIS são: recursos e políticas públicas para a consolidação de um Complexo Industrial da Saúde forte, moderno e representativo, independentemente da origem do capital; incentivo à pesquisa, à inovação e ao desenvolvimento de novos produtos e processos produtivos, incorporando de forma racional as novas tecnologias, em benefício da população; reformas estruturais que acabem com o “Custo Brasil”, que encarece os preços dos produtos e os custos de logística, compromete investimentos e prejudica o acesso da população à saúde; e tratamento tributário diferenciado para a saúde, que proporcione a sustentabilidade do sistema, o acesso do paciente e o desenvolvimento econômico.
O candidato Luiz Felipe d’Avila se mostrou bastante interessado nas propostas. “Precisamos simplificar regras, dar mais transparência e usar os padrões internacionais. No caso do Brasil, pegar o arcabouço da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e como que se encaixa na questão dos dispositivos médicos para começar a balizar o programa”, finalizou.