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Toxoplasmose Congênita, assintomática em recém-nascidos, se não diagnosticada por Teste do Pezinho pode causar sequelas graves

A toxoplasmose congênita é uma doença infecciosa resultante de transmissão do parasita Toxoplasma gondii de uma mãe infectada quando este ultrapassa a barreira placentária chegando ao feto. 

O acometimento fetal é maior no primeiro trimestre da gestação, com mais risco de infecção nos trimestres subsequentes. As formas subclínicas cursam com comprometimento neurológico e ocular já verificadas ao nascimento, que traduzidas às práticas clínicas, o acompanhamento pré-natal já na primeira consulta é indicado para reduzir os danos fetais com o início da doença muitos meses antes do nascimento provocando más formações congênitas.

Cerca de 70% dos recém-nascidos com infecção congênita são assintomáticos ao nascimento e, aproximadamente 10% do total de crianças acometidas têm manifestações graves nos primeiros dias de vida, apresentando-se com doença multissistêmica ou com acometimento do sistema nervoso, associado ou não à forma ocular.

A doença congênita com manifestação predominantemente neurológica apresenta-se com coriorretinite, hidrocefalia, meningoencefalite, calcificações cranianas, convulsões anemia, icterícia. As manifestações menos frequentes são: febre, esplenomegalia, linfoadenomegalia, hepatomegalia, microcefalia, vômitos, diarreia, catarata, eosinofilia, diátese hemorrágica, hipotermia, glaucoma, atrofia óptica, microftalmia e pneumonia.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O diagnóstico é feito por exames laboratoriais durante o pré-natal utilizando pesquisa de IgM para toxoplasmose solicitado logo na primeira consulta.

A inclusão da triagem da toxoplasmose no Teste do Pezinho permite a detecção precoce de recém-nascidos sintomáticos e/ou assintomáticos com exames laboratoriais de rastreamento e confirmatórios de infecção pelo Toxoplasma gondii.  A triagem neonatal é mais uma estratégia para analisar casos de toxoplasmose congênita não detectada no acompanhamento Pré-natal.

“Embora a maioria das crianças infectadas seja assintomática ao nascer, se não tratadas adequadamente, desenvolvem sequelas na infância ou na vida adulta. Os benefícios do tratamento estão mais relacionados à surdez que às manifestações oculares. Podem ocorrer também mais microcefalia e de calcificações cerebrais”, comentou a biomédica e consultora clínica da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo (SBTEIM), Dra. Eliane Santos.

Com informações do site da CBDL (14/03/2022)