Projeto é vinculado ao Programa Nacional de Genômica de Saúde de Precisão e visa desenvolver a saúde de precisão e implementar essa abordagem no SUS.
Foi lançado, no auditório da Fiocruz Pernambuco, o Centro Âncora Nordeste, integrante do projeto em Rede Genomas SUS (GenSUS). O Ministério da Saúde destinou um total de R$ 81 milhões para implementação, no primeiro ano de operação, de oito centros âncoras representativos das cinco regiões do país. O recurso destinado ao Centro Âncora Nordeste corresponde a R$ 2,6 milhões investidos em equipamentos, além de R$ 600 mil para investimento em bolsas e recursos de custeio adicionais no período de 12 meses.
O Programa Nacional de Genômica de Saúde de Precisão, o Genomas Brasil, foi criado em 2020 pela pasta para desenvolver a saúde de precisão no país e implementar essa abordagem no Sistema Único de Saúde (SUS). O programa é coordenado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit), ligado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics).
Durante o evento, a diretora do Decit, Mônica Felts, ministrou a palestra “Déficit e o Programa Genoma no Brasil”, na qual contextualizou a criação do programa, apresentou os benefícios das inovações para a população brasileira e reforçou a necessidade de se construir uma base genômica com as características da nossa população para, dentro da medicina personalizada, alavancar tecnologias, tratamentos e terapias avançadas que atendam ao perfil e à diversidade dos brasileiros. “O Ministério da Saúde está trabalhando para promover o desenvolvimento da indústria nacional de saúde de precisão e um dos desafios é especializar os profissionais da saúde para trabalhar com a ciência de dados e prestar um serviço eficiente”, afirma a diretora.
A saúde de precisão associa o perfil genético de um paciente à dados como histórico pessoal e familiar, exames clínicos e laboratoriais. Com essa combinação é possível escolher os tratamentos mais seguros e que produzam melhores resultados, além de detectar com antecedência a probabilidade de a pessoa vir a desenvolver algumas doenças.
Durante o primeiro ano de operação, o Centro Âncora Nordeste realizará a coleta de dados, remoção de DNAs, construção de bibliotecas e análise de amostras que serão sequenciadas em outros centros âncoras equipados com sequenciadores. A meta é processar 3,5 mil amostras neste período. A instalação de um sequenciador no próprio centro está prevista para o segundo ano.
A iniciativa irá desempenhar um papel fundamental na viabilização de exames genéticos para usuários do SUS nos estados nordestinos uma vez que o centro vai atuar como referência no diagnóstico de doenças raras e genéticas, ampliando o acesso à medicina de precisão para toda a região.
Projeto Genomas SUS
Inserido no Programa Genomas Brasil, o projeto Genoma SUS (GenSUS) pretende formar um banco nacional de dados genômicos e clínicos e que possa refletir a diversidade étnica e regional dos brasileiros. O projeto também visa criar laboratórios de referência para o sequenciamento genômico em todo o Brasil, garantindo uniformidade nas instalações, protocolos e controle de qualidade.
Até o momento, o programa já conseguiu sequenciar 21 mil genomas brasileiros e a é chegar a 100 mil. O foco dos projetos nos territórios brasileiros é identificar variantes genéticas associadas a doenças raras e complexas, capacitar profissionais para trabalhar com dados genômicos e contribuir para o desenvolvimento tecnológico e inovação no setor de saúde dentro do Complexo Econômico Industrial da Saúde.
Com informações do Portal Gov.br – 28.11.2024