Horizonte tecnológico, pesquisa e desenvolvimento, testes rápidos e o foco na prevenção foram alguns dos temas debatidos.
O presidente do Conselho de Administração da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), Carlos Eduardo Gouvêa, falou sobre inovação em saúde e os desafios do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 (ODS3) das Nações Unidas, para mais de 2 mil profissionais inscritos no Global Meeting Uninter, no dia 20 de julho. O Prof. Eng. Ederson Cichaczewski iniciou o evento explicando que as metas do ODS3 abrangem desde a utilização de novas tecnologias até o impacto do meio ambiente na saúde da população.
Carlos Eduardo Gouvêa fez uma introdução sobre a importância dos dispositivos médicos na saúde e na economia e lembrou que, equivocadamente, eles não são vistos como investimento e sim como custo. “Nosso trabalho tem sido de mostrar a importância e o valor dos produtos médico-hospitalares e de diagnóstico e como eles podem mudar a situação de uma população, quando se trata de saúde pública. E como é possível alavancar a economia e proporcionar uma série de ganhos em escala, além da redução do custo de saúde”, explicou. Este é um mercado que movimenta US$ 11,2 bilhões por ano, com mais de 140 mil empregos altamente qualificados diretos e indiretos e 80 mil produtos registrados na Anvisa.
Ele destacou como pilares da ABIIS a regulação inteligente, incorporação racional de tecnologias e o aprimoramento institucional dos reguladores. “Com um olhar para o horizonte tecnológico, a capacitação para analisar aquilo que deve ou não entrar no país é fundamental. E o papel da Anvisa é de extrema importância. Eles são grandes aliados da Aliança nesse trabalho”, complementou.
O presidente da ABIIS destacou ainda as propostas da Aliança na área de pesquisa e desenvolvimento. “O Observatório do Diagnóstico, por exemplo, vai trazer um mapa da utilização versus a necessidade real de equipamentos pelo Brasil. Outro ponto importante é deixar de olhar a doença e passar a focar na prevenção”.
Carlos Eduardo Gouvêa defendeu que, para a sustentabilidade do setor, é preciso olhar não apenas a incorporação de tecnologias, mas também a desincorporação. “Muitas vezes, você tem produtos obsoletos que continuam sendo usados e, na verdade, já não ajudam. É preciso dar acesso às terapias cada vez mais eficazes, que trarão impacto econômico positivo”. Citou a pandemia da Covid-19, com inúmeros avanços importantes para o setor de diagnósticos, principalmente. “A espinha dorsal do sistema se baseia no diagnóstico e na infraestrutura, que se dá pela convergência tecnológica. A efetividade da atenção primária vai se multiplicar graças à presença de consultórios ou farmácias que possam fazer a triagem por meio de testes rápidos, e mostrar, de forma antecipada, determinados riscos ou possibilidades que vão ser confirmadas posteriormente em laboratórios”, adiantou.
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