Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e representantes da instituição inglesa participaram de cerimônia no Rio de Janeiro (RJ) nesta segunda-feira (6)
ma cooperação inédita entre o Brasil e a Universidade de Oxford, do Reino Unido, trará avanços significativos em pesquisa científica para o país. Com a instalação de um novo centro administrativo na cidade do Rio de Janeiro, pesquisadores brasileiros atuarão ao lado de pesquisadores ingleses fortalecendo a cultura da ciência e da pesquisa em saúde em solo brasileiro. Nessa parceria internacional, os primeiros projetos, que já estão em andamento, vão discutir temas como Cardiologia, Inteligência Artificial, Atenção Primária e Covid-19.
O marco desse intercâmbio científico ocorreu nesta segunda-feira (6), no Centro Cultural do Ministério da Saúde, quando o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e representantes da instituição inglesa participaram da cerimônia. “A parceria com o Reino Unido é natural, são países amigos, que cultivam a tradição e o investimento na educação e na saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) foi feito à semelhança do Serviço Nacional de Saúde (NHS) e é uma grande referência para nós”, afirmou Queiroga.
A iniciativa é mais um passo do Brasil na relação com a Universidade de Oxford, que foi a responsável pelo desenvolvimento dos estudos clínicos da vacina AstraZeneca, imunizante contra a Covid-19, que já conta com mais de 118 milhões de doses distribuídas para todo País. “A parceria entre a Universidade de Oxford e a Fiocruz proporcionou a melhor vacina de custo-efetividade dentre os imunizantes usados no PNI. Isso é fruto de pesquisa, da colaboração e do esforço de todos nós para termos em uma instituição pública, a produção de vacinas com Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) nacional. Isso é uma conquista de todos os brasileiros”, ressaltou.
A cooperação entre as autoridades brasileiras em prol do conhecimento científico e do desenvolvimento do país foi reconhecida pelo professor Andrew Pollard, representante da Universidade de Oxford. “É uma honra muito grande estar com vocês, porque foi o trabalho de muitos que nos possibilitou que isso acontecesse hoje. Muitas das pessoas daqui tiveram influência direta no resultado que tivemos com a Oxford/Astrazeneca, e por isso temos um cenário mais tranquilo em relação à pandemia”, observou o cientista.
Outro aspecto importante da parceria, de acordo com ele, é a questão educacional. “Temos muitos jovens talentosíssimos no Brasil, que gostariam de estudar, e queremos proporcionar a eles essa oportunidade. Fazer com que esses jovens possam estudar vacinas e doenças infecciosas em nossos programas”, planejou o cientista, que disse estar orgulhoso em celebrar a parceria em solo brasileiro.
A pesquisadora brasileira Sue Ann Cost Clemens, que conduziu as pesquisas em parceria com o Ministério da Saúde, agradeceu a confiança da instituição no Brasil e nos brasileiros e reforçou o caráter pedagógico e científico da iniciativa. “Temos dois grandes objetivos. Um deles é a educação: capacitar pessoas e fazer adaptações às necessidades dos profissionais brasileiros e trabalharmos juntos, em parceria com as instituições locais; e a pesquisa, que demonstramos que sabemos fazer mas queremos ampliar, do A a Z, de identificação do antígeno até o registro internacional”, concluiu.
A unidade promoverá pesquisas científicas com foco na saúde em conjunto com centros de tecnologia do Ministério da Saúde, como o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Instituto Nacional do Coração (INC) e o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO).
Por ano, só no Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, o Ministério da Saúde investe mais de R$ 150 milhões em pesquisa científica para atender às necessidades do sistema de saúde brasileiro. Em mais de 20 anos, foram financiadas mais de 7 mil pesquisas só nesse departamento que coordena o fomento à pesquisa, pesquisa clínica, evidências e informações estratégicas para a gestão em saúde, genômica e medicina de precisão.
A parceria
O ponta pé inicial para que a parceria se concretizasse aconteceu durante visita do ministro Marcelo Queiroga à universidade, na Inglaterra. A medida foi celebrada com a assinatura de um termo de compromisso entre o Ministério da Saúde e a instituição inglesa. Essa será a primeira unidade da universidade nas Américas. A previsão é que seja instalada até o ano que vem.
A iniciativa tem o apoio do Governo Britânico e o suporte acadêmico e científico da Universidade de Siena, na Itália, do Institute for Global Health, do Internacional Vaccines Institute e de outras entidades pelo mundo. No Brasil, é parte das ações do Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT) da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde.
Com informações do portal gov.br (06/12/2021)