Regras em vigor desde agosto devem ampliar acesso da população a diagnósticos.
A nova RDC nº 786/2023 para exames de análises clínicas – que autoriza farmácias a realizarem exames, desde agosto de 2023 – foi tema de debate mediado pelo presidente do Conselho de Administração da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), Carlos Eduardo Gouvêa, durante o FISWeek2023, em 10 de novembro, no Rio de Janeiro/RJ. Participaram do painel o presidente eleito para a próxima gestão da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Álvaro Pulchinelli, o vice-diretor de Reativos para Diagnósticos da Fiocruz, Antônio Gomes Pinto, e o diretor executivo da Controllab, Vinicius Biasoli.
Álvaro Pulchinelli mostrou o cenário atual do diagnóstico no Brasil. “70% das decisões médicas são pautadas em resultados de exames realizados em um dos 16.657 laboratórios no país”.
Gouvêa, que também é presidente executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), destacou, entre outros pontos, a importância do aperfeiçoamento do Point of Care Testing (PoCT) – teste no ponto de atendimento, “seja no aprendizado das novas tecnologias disponíveis ou na utilização correta (quando usar e quando não usar) e treinando os vários profissionais que estarão habilitados a utilizá-lo – nos pontos de testagem. Uma quebra de paradigma de fato, principalmente para mirar-se na prevenção, muito mais do que na doença”, definiu.
Para o vice-diretor de Reativos para Diagnósticos da Fiocruz, “ampliar o uso de testes point of care em farmácias, consultórios e ambulatórios, e UBSs significa aumentar o acesso ao diagnóstico, no Brasil. É mais saúde para a população brasileira. O PoCT é um instrumento poderosíssimo”, afirmou Antônio Gomes Pinto.
Vinicius Biasoli salientou que a nova RDC estimula novos exames e soluções em POCT e fomenta a qualidade pelos fabricantes (certificação lote a lote). “O trabalho da CBDL com a Controllab para garantir que estes dispositivos sejam mais seguros para os estabelecimentos usarem é muito bem feito”.
Este é justamente o ponto de atenção, na opinião de Antônio Gomes Pinto. “Temos uma ferramenta muito excelente na nossa mão, mas precisamos, com sinergia, utilizá-la de forma adequada. Sabemos que existe controle de qualidade na produção, mas é preciso que venha um terceiro e chancele esse produto, para que o sistema tenha confiabilidade. Produtores necessitam entender e incorporar essa prática, que se traduzirá em benefício para todos”, defendeu.
“Foi um debate muito rico. Juntos SBPC/ML, CBDL, Controllab e Fiocruz se comprometeram a fazer propostas efetivas para disseminar o uso adequado e consciente dos testes rápidos e PoCT, capacitando e apoiando as iniciativas que ajudem a expandir o acesso ao paciente, muitas vezes invisível para o Sistema de Saúde”, concluiu o presidente da ABIIS.