Evento reúne mais de 50 painelistas, entre gestores, pesquisadores e especialistas em saúde digital, e recebe mais de 4,5 mil participantes para troca de experiências
Ministério da Saúde promove, nesta segunda-feira (2) e terça-feira (3), o primeiro Simpósio Internacional de Transformação Digital no SUS. Com mais de 50 expositores, o evento terá seis painéis sobre:
- transformação digital dos sistemas de saúde;
- experiências integradas em telessaúde;
- ciência de dados e inteligência artificial;
- modelos de arquitetura de interoperabilidade, como o da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS);
- Complexo Econômico e Industrial da Saúde;
- gestão e proteção de dados pessoais.
Realizado de forma híbrida, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a Organização Panamericana de Saúde (OPAS/OMS), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e Conselho Nacional de Saúde (CNS), o simpósio recebeu mais de 4,5 mil inscritos — entre participantes virtuais e presenciais.
A maior parte do público é formada por gestores, pesquisadores e profissionais de saúde. O evento conta ainda com o apoio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) e da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde (ABTms).
Assista à transmissão ao vivo do primeiro dia do Simpósio
Assista à transmissão ao vivo do segundo dia do Simpósio
Além das conferências no auditório, haverá a exposição de iniciativas que envolvem uso de tecnologias digitais no SUS, apresentação de projetos inovadores de parceiros e uma mostra de experiências exitosas, em painel eletrônico e vídeo, enviadas por municípios e estados. No total, a Comissão Científica do Evento recebeu 245 experiências, que darão início a uma rede inclusiva e colaborativa de projetos de transformação digital em desenvolvimento no SUS.
A secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, afirma que esse é um importante passo na articulação das políticas públicas relacionadas à área. “A saúde digital desempenha um papel cada vez mais estruturante nos sistemas de saúde em âmbito global. No SUS, temos avançado muito na adoção do prontuário eletrônico, nas aplicações da telessaúde, no estabelecimento da arquitetura de interoperabilidade da RNDS para garantir a continuidade do cuidado e o acesso do cidadão ao seu prontuário e seus dados clínicos por meio do ConecteSUS”, observa.
A realização do simpósio é uma mostra de que o caminho até a construção das soluções é processo tão importante quanto os produtos finais ofertados ao cidadão, explica Cristina Balestrin, assessora técnica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e co-realizadora do Simpósio. “Construir, transformar e entregar. Tão relevante quanto as muitas possibilidades de oferta e ampliação de acesso, é a jornada consistente e colaborativa nas iniciativas de Saúde Digital. Todos juntos pela saúde do cidadão brasileiro com qualidade e sustentabilidade”, afirma.
Conferências e experiências
O primeiro painel terá como tema A transformação digital na saúde: diálogos e perspectivas. O debate terá a participação do professor da Universidade de Harvard Rifat Atum e do especialista em saúde digital do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) Massoud Armed. Na terça, serão discutidos os Sistemas de informação em saúde e o modelo de arquitetura de interoperabilidade da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). Neste dia está prevista a participação da ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Além dos painéis internacionais e nacionais, outras atividades estão na programação, com a curadoria de três departamentos — Departamento de Saúde Digital e Inovação (DESD), Departamento de Monitoramento, Avaliação e Disseminação de Informações Estratégicas (Demas) e Departamento de Informação e Informática em Saúde (DataSUS).
O Núcleo de Telessaúde e Telemedicina de Goiás (NUTTS), por exemplo, disponibilizará exames com retinógrafo portátil. A retnografia faz parte do Programa Permanente de Detecção das Principais Causas de Cegueira, que realiza a campanha itinerante identificando agravos como catarata, retinopatia diabética, glaucoma e DMRI (degeneração macular relacionado à idade). Os participantes recebem o resultado por e-mail em um período de 24 horas.
Quem participar do Simpósio poderá conhecer, ainda, o painel Vacinômetro, um trabalho conjunto do Departamento de Monitoramento, Avaliação e Disseminação de Informações Estratégicas em Saúde Demas com o Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (DPNI/SVSA/MS).
A nova versão do painel possibilita análises desagregadas até o nível de estabelecimentos de saúde; além da observação das variáveis sexo, faixa etária e raça/cor. Os cidadãos, profissionais de saúde e gestores podem visualizar informações de forma mais detalhada, possibilitando a melhora na qualidade do atendimento, a continuidade do cuidado e a identificação oportuna de grupos em possível risco. O painel utiliza dados da RNDS.
Telessaúde e UTI conectada
O professor Chao Lung Wen, da Disciplina de Telemedicina da FMUSP e Presidente da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde (ABTMS), coordena a apresentação de três casos de sucesso na área de telessaúde:
- a Telessaúde Integrada: a Estação Telessaúde Integrada de Bem-Estar;
- o Teleambulatório de Cuidados Integrados Biopsicossocial;
- o Programa Santos Jovem Doutor.
“A Telessaúde, mais do que o provimento de serviços, pode ser compreendida como estratégia de reorganização de processos da Saúde por meio da estruturação de uma Cadeia Produtiva de Saúde, envolvendo uso de Tecnologias Digitais e de Informação e Comunicação. Envolve desde a Promoção de Saúde e Prevenção de Doenças e Agravos (autocuidados e Saúde nas Escolas) até a reintegração social com cuidados integrados domiciliares”, detalha Chao.
Ainda neste espaço, o HCFMUSP vai apresentar a experiência em TeleUTI. De acordo com o professor Carlos Carvalho, diretor de Saúde Digital do HCFMUSP, a instituição tem trabalhado em várias áreas discutindo a transformação que o mundo digital vai trazer para a saúde da população. “Temos uma frente na formação/capacitação de estudantes e profissionais, outra no teste de biossensores e equipamentos de telemonitoramento (para pacientes crônicos) e outra na teleassistência, desde Atenção Primária, atendimentos pacientes agudos em pronto socorros, atendimento de pacientes graves (TeleUTI) e mesmo telecirurgias e teleespecialidades (cardiologia, neurologia, psiquiatria etc)”
Oficinas e Pesquisa de Inovação e Informática em Saúde
Durante o Simpósio Internacional, o DataSUS realizará oficinas sobre interoperabilidade e uso de dados e uma Pesquisa de Percepção do Programa Conecte SUS, experiência aplicada no último Congresso do Conasems em Goiânia-GO, entre outras experiências nos totens de atendimento.
No primeiro dia, há a Oficina sobre a RNDS, Interoperabilidade e o Padrão HL7 e, no segundo dia, ocorre a oficina com o tema Uso de dados administrativos para pesquisa populacional. Além das oficinas, será aplicada a Pesquisa de Percepção, que permitirá compreender como o público-alvo do Simpósio de Transformação Digital percebe as plataformas do Programa Conecte SUS e da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).
Ministério da Saúde
Com informações do portal GOV.BR (03/10/2023)