Leia também

Ministério da Saúde promove evento para fortalecimento da vigilância de anomalias congênitas

Encontro teve como objetivo reforçar a vigilância e aprimorar a criação de políticas integradas para o tratamento reunindo representantes de diversas instituições nacionais e internacionais.

O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), realizou, na quarta-feira (11), em Brasília, o Encontro Nacional das Vigilâncias de Anomalias Congênitas. O evento teve como objetivo fortalecer a vigilância e aprimorar a formulação de políticas integradas para o cuidado das anomalias congênitas no Brasil, reunindo representantes de diversas instituições nacionais e internacionais.

Durante a abertura do evento, a secretária da SVSA, Ethel Maciel, destacou a importância do encontro diante dos desafios impostos por surtos recentes, como o do vírus Oropouche. “Ter vocês aqui para fortalecer a nossa vigilância é uma capacidade importante de resposta para nossa população. Não sabemos ainda toda a capacidade de adaptação desse vírus, mas estamos avançando na identificação de mutações importantes e na preparação para possíveis mudanças no cenário epidemiológico. Quero agradecer a presença de todos e reforçar a importância de sairmos daqui com ações concretas para fortalecer nossa vigilância”, afirmou Ethel.

Letícia Cardoso, diretora do Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis da SVSA, pontuou os avanços já realizados e os próximos passos para instrumentalizar a vigilância no país. “Vamos formalizar, por meio de uma nota técnica, algumas ações que já realizamos na rotina, além de traduzir para o português um guia da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre vigilância de anomalias congênitas. Esses são passos importantes para potencializar nosso trabalho e garantir que a vigilância seja cada vez mais eficiente e integrada à atenção à saúde”, destacou.

Representando a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Amanda Coutinho destacou a necessidade de fortalecer a vigilância do vírus Oropouche e suas consequências, como a transmissão vertical. “A Opas tem atuado junto ao Ministério da Saúde para avançar nas ações de vigilância epidemiológica e laboratorial, bem como no controle e na pesquisa. Fortalecer as capacidades locais é essencial para enfrentar esse novo desafio”, disse Amanda.

Alessandro Chagas, representante do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), destacou a relevância da colaboração entre os níveis federal, estadual e municipal para o êxito da vigilância. “Superamos a epidemia de Zika com uma estrutura sólida, mas ainda carecemos de uma política consolidada que integre vigilância e atenção à saúde. Este evento oferece uma oportunidade para alinharmos ações concretas e reforçarmos nosso sistema de vigilância”, concluiu.

Anomalias congênitas

As anomalias congênitas são alterações estruturais ou funcionais que ocorrem durante a vida intrauterina e podem ser causadas por fatores genéticos, infecciosos, nutricionais e ambientais. Entre as mais comuns estão as cardiopatias congênitas, defeitos de membros, defeitos do tubo neural e anomalias cromossômicas, como a síndrome de Down. Essas condições podem ser detectadas ainda no pré-natal por exames como ultrassonografia e triagem de soro materno, e, após o nascimento, por exames físicos e testes como a triagem neonatal.

O tratamento depende do tipo de anomalia e pode incluir intervenções cirúrgicas e assistência especializada para melhorar o desenvolvimento das crianças. A prevenção envolve ações primárias, como uma alimentação adequada e o controle de doenças maternas, além de medidas secundárias, como o rastreamento genético, e terciárias, como a detecção precoce ao nascimento e tratamento das complicações.

Com informações do Portal Gov.br – 13.12.2024