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Ministério da Saúde admite falta de testes no Brasil e prevê aumento da produção da Fiocruz

Além disso, governo federal faz chamada no Diário Oficial para que empresas enviem novas opções de kits diagnósticos.

Em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (17), o Ministério da Saúde admitiu a falta de testes para confirmação do coronavírus no Brasil e no mundo. Como resposta à demanda, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) entregou 5,5 mil testes e promete 40 mil extras em abril, além dos outros 30 mil já disponibilizados no início deste mês. A soma passa de 75 mil.

“A Fiocruz já se comprometeu em aumentar a produção. Hoje entregou 5,5 mil testes e ela se comprometeu já em abril a fazer uma entrega de 40 mil. E também se comprometeu ao longo dos próximos três, quatro meses, produzir mais de 1 milhão de testes”, disse Júlio Croda, diretor do departamento de Vigilância em Saúde.

Com relação às novas tecnologias apresentadas por outros países, como testes rápidos para o diagnóstico, o ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta disse que “está trabalhando com algumas soluções para aumentar e muito a produção de kits”, mas que “não é um processo simples, não é uma coisa ‘faz-se a luz e a luz se fez’”.

“A gente está fazendo chamada amanhã, inúmeras pessoas entram em contato: ‘tenho o teste rápido, quero vender um teste que faz em 5 segundos, em 8 segundos’. Está cheio de gente fazendo isso, às vezes pessoas bem intencionadas, às vezes pessoas mal intencionadas. Então a gente vai fazer um chamado para o que é que eles tenham para que eles informem”, disse o ministro.

Uma chamada deverá ser publicada no Diário Oficial da União, ainda segundo Mandetta. Por enquanto, a recomendação é de que sejam testados apenas casos graves.

Crianças atingidas e mais testes

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta segunda-feira (16) que há registro de morte de crianças por causa do Covid-19.

“Esta é uma doença séria. Embora a evidência que temos sugira que aqueles com mais de 60 anos correm maior risco, jovens – incluindo crianças – morreram”, disse Tedros.

Ele não deu mais detalhes sobre o perfil das vítimas. Entretanto, até esta segunda, a OMS não havia divulgado a morte de crianças pelo novo coronavírus. A entidade vem ressaltando que os grupos mais vulneráveis incluem as pessoas mais velhas ou com doenças pré-existentes, como diabetes, ou no sistema cardiovascular, como hipertensão.

Tedros ressaltou que a escalada dos casos e mortes pelo mundo justifica a adoção de medidas de distanciamento social (fechamento de escolas, trabalho remoto e suspensão de eventos, entre outros), mas que a OMS afirma que testes em larga escala para cada caso suspeito ainda são a melhor alternativa para conter a disseminação do vírus.

O diretor-geral frisou a necessidade de testar todos os casos suspeitos.

“Não se consegue combater um incêndio com os olhos vendados – você não consegue parar essa pandemia se não souber quem está infectado” – Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS

“Teste, teste, teste. Teste todo caso suspeito. Se for positivo, isole e descubra de quem ele esteve próximo”, orientou Tedros.

Casos no Brasil

As secretarias estaduais de saúde divulgaram, até as 21h30 desta terça-feira, 349 casos confirmados de novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil em 17 estados e no Distrito Federal. Em São Paulo, foi registrada a 1ª morte pelo coronavírus no Brasil, confirmada pelo governo estadual. A vítima é um homem de 62 anos que estava internado em um hospital particular da capital paulista. Ele tinha diabetes e hipertensão.

O último balanço do Ministério da Saúde, divulgado na tarde de terça-feira (17), contabiliza 291 infectados.

O Acre anunciou os três primeiros casos do estado, números que não foram contabilizados pelo Ministério da Saúde. O estado de São Paulo atualizou sua contagem de 152 para 164 infectados. Os casos na Bahia subiram de sete para nove, mas o balanço do governo é de três casos. Os números em Minas Gerais subiu de 6 para 14 casos confirmados; no Paraná, de 6 para 12; e no Rio Grande do Sul, de 11 para 19 o número de infectados.

Casos confirmados do novo coronavírus no Brasil

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Com informações do site G1 (17/03/2020)