O estado de São Paulo ganhará um ambiente de referência internacional para fomentar o desenvolvimento de inovações tecnológicas e radicais em uma área estratégica para o futuro sustentável do Brasil: o Hub de Ciências da Vida. O diferencial do projeto é a conexão entre Institutos públicos de Ciência, Tecnologia (ICTs) do Estado de São Paulo, startups e indústrias com o propósito de solucionar grandes desafios da sociedade e do mercado, por meio do suporte às empresas iniciantes intensivas em tecnologias — as chamadas deeptechs. O Hub ocupará 20 mil m2 no Campus Butantã da Universidade de São Paulo (USP), onde novas tecnologias serão desenvolvidas e testadas a partir de janeiro de 2023.
“A inovação e o desenvolvimento sustentável são dois princípios basilares de nossa atuação à frente da Reitoria nos próximos quatro anos. A USP, como ambiente de ensino e pesquisa, tem como um de seus desafios apresentar soluções para os problemas sociais brasileiros e, nesse sentido, a colaboração com todos os setores da sociedade são primordiais. Um exemplo disso é esta parceria que estamos estabelecendo para a criação do Hub de Ciências da Vida”, observa Carlos Gilberto Carlotti Junior, reitor da USP.
Paula Lima, diretora-presidente do Cietec, destaca que o objetivo é entregar para a sociedade soluções inovadoras que estimulem o desenvolvimento socioeconômico brasileiro. “Uma das lições que aprendemos na pandemia foi que investir em Ciência salva vidas. A Covid-19 evidenciou a dependência brasileira de insumos medicamentos e equipamentos de saúde. Mesmo empresas que já possuíam tecnologia para produzir ventilador pulmonar não conseguiram suprir nossa demanda interna. Sem a expertise delas e de ICTs como o Instituto Butantan, que produziu a Coronavac, teríamos perdido muito mais vidas. A partir desse aprendizado, articulamos uma aliança estratégica para criação e operacionalização do Hub de Ciências da Vida”, explica.
Aceleração de novas tecnologias
A meta é que o Hub se torne a base para testes de novas tecnologias em Saúde por meio do fomento ao empreendedorismo e das deeptechs. Nesse sentido, um dos diferenciais para as empresas envolvidas no projeto é a integração e acesso a 12 unidades Embrapii, Centros de Engenharia (CPEs), de Pesquisas Aplicadas (CPAs) e de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) espalhados pelo campus da USP.
O acesso a laboratórios multiusuários presentes no campus universitário e em diversos parceiros com diferentes tipos de infraestrutura e equipamentos é outro fator que permite o desenvolvimento de novas tecnologias e inovações do início ao fim. Em outra frente de atuação, planeja-se, juntamente com entidades reguladoras, agilizar o processo para validar soluções que precisem de autorizações para produções pilotos.
Hoje 45% das startups da Incubadora USP/IPEN, gerida pelo Cietec, são das áreas de Ciências da Vida e Saúde, o que evidencia a expertise e sinergia para desenvolver novas soluções nesta área.
“Grandes empresas nasceram de iniciativas de profissionais oriundos das comunidades USP e IPEN, entre outras renomadas, em nossa incubadora de base tecnológica. Ao longo de 25 anos, conseguimos construir um ambiente muito propício ao surgimento de soluções inovadoras. Ao criar o Hub Ciências da Vida, pensamos em oferecer um novo espaço, onde diversos atores possam colaborar juntos para fortalecer o ecossistema de inovação”, avalia Wilson Calvo, superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).
Entre institutos e empresas envolvidos na criação do Hub estão Instituto Butantan, Inova HC, Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Merck e L´Oreal, entre outros. A iniciativa também conta com o apoio do Governo do Estado de São Paulo.
Com informações do site Medicina SA (08/08/2022)