Especialistas da Anvisa, do Ministério da Saúde e da indústria destacaram os avanços em inteligência artificial, nanotecnologia e biossensores, além dos desafios regulatórios para acompanhar o ritmo da inovação.
As novas tecnologias em Dispositivos Médicos foram o tema de encerramento do X Fórum ABIIS, na sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no dia 20 de agosto. O painel foi moderado pelo vice-presidente do Conselho de Administração da ABIIS, Carlos Eduardo Gouvêa, que enfatizou a importância de soluções rápidas, seguras e inovadoras na saúde, especialmente em contextos como a Covid-19, e destacou avanços em diagnóstico. “Não se trata mais apenas de reagentes, mas integração com tecnologia da informação e inteligência artificial. IA já exerce um papel revolucionário, com potencial ainda não totalmente mensurado”.
A gerente da Gerência de Produtos para Diagnóstico In Vitro (Gevit) da Anvisa, Marcela Vergne, destacou os desafios setoriais. “O regulamento deve ser robusto, mas também flexível, para permitir que a tecnologia continue avançando. É necessário que seja abrangente, acomodando múltiplas ferramentas e oportunidades dentro do mesmo pacote regulatório, além de evitar que a regulação se torne obsoleta rapidamente”, disse.
Já o Secretário-Adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, Eduardo Jorge Valadares, afirmou que é cada vez mais importante realizar monitoramento do mercado e de novos produtos. “O foco passará do pré-mercado para o pós-mercado, usando dados do mundo real para decisões de investimento em saúde e desenvolvimento tecnológico”, disse. Ele acrescentou que a regulamentação da pesquisa clínica em dispositivos médicos ainda é tímida no Brasil, mas um novo decreto deve ser publicado nos próximos meses, fortalecendo esse aspecto regulatório.
O CEO da Seegene Brazil, Guilherme Ambar, apresentou exemplos de inovações tecnológicas: cirurgia robótica, nanotecnologia, realidade aumentada e biossensores em tablets e dispositivos médicos para monitoramento da saúde do paciente, também aplicados em smart homes. Ele destacou ainda os avanços em infraestrutura tecnológica, como o 5G e o uso de celulares como plataforma central de acesso a dados e serviços de saúde, embora nem tudo esteja disponível via aplicativos.





