Dados do novo Boletim ABIIS ainda não refletem consequências de sobretaxa ao Brasil imposta pelos Estados Unidos. Alemanha lidera vendas ao Brasil, enquanto EUA permanecem principais compradores dos produtos nacionais.
O comércio internacional foi o principal responsável por alavancar os números positivos do primeiro semestre, no setor de dispositivos médicos (DMs), segundo o Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS). As importações totalizaram US$ 4,295 bilhões, entre janeiro e junho, crescimento de 9,3% em relação ao mesmo período de 2024. Já as exportações somaram US$ 473 milhões, com alta de 16%. A balança comercial permaneceu deficitária em US$ 3,822 bilhões, o que representa aumento no déficit de 8,5%.
De janeiro a junho de 2025, a Alemanha se consolidou como o principal país de origem das importações brasileiras de DMs, com US$ 669 milhões, equivalentes a 15,6% do total. Em seguida, vieram Estados Unidos (15,5%) e China (11,1%). Os norte-americanos se destacaram como principais fornecedores em nove segmentos do mercado, enquanto a China liderou em sete. Já a Alemanha aparece como player relevante no segmento de reagentes para diagnóstico in vitro (IVD).
No mesmo período, os Estados Unidos também foram o principal destino das exportações brasileiras de DMs, com US$ 107 milhões, ou 22,6% do total. A Argentina ocupou a segunda posição, com 7,9% (US$ 37,4 milhões), seguida pela Colômbia, com 7,2%. Entre os segmentos, destaca-se a forte presença dos norte-americanos na compra de equipamentos e materiais de apoio para ‘OPME’, que representaram 61,7% das exportações brasileiras nesse grupo.
“Houve aumento de 19,5% nas exportações de dispositivos médicos para os Estados Unidos, fato que pode ter sido estimulado pelo adiantamento de operações comerciais, que visaram minimizar o impacto da taxação de 50% imposta pelo governo de Donald Trump. Como os Estados Unidos são um dos principais parceiros comerciais do Brasil na saúde, seguimos atentos às consequências dessas medidas, que devem ser refletidas no próximo levantamento”, afirma o presidente executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.
O Boletim Econômico ABIIS é desenvolvido pela Websetorial Consultoria Econômica.