Déficit da balança comercial do setor chega a US$ 5,962 bilhões.
O comércio exterior continuou exercendo papel decisivo no desempenho do setor de dispositivos médicos (DMs), entre janeiro e setembro de 2025, segundo o Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), que acaba de ser publicado. As importações brasileiras de DMs somaram US$ 6,6 bilhões no período, um crescimento de 9,3% em relação aos nove primeiros meses de 2024. Já as exportações totalizaram US$ 650 milhões, alta de 5,7%. Como resultado, a balança comercial do setor permaneceu deficitária em US$ 5,962 bilhões, aumento de 9,7% na comparação anual.
Os Estados Unidos foram, no período, o principal país de origem das importações brasileiras. O Brasil comprou US$ 1 bilhão em produtos norte-americanos, valor equivalente a 15,2% do total importado. Em seguida apareceram a Alemanha, responsável por 14,6% das compras externas, e a China, com 11,4% de participação. Os Estados Unidos lideraram o fornecimento em oito segmentos do mercado de DMs, enquanto a China se destacou como principal fornecedora em seis segmentos. Já no mercado de reagentes para diagnóstico in vitro (IVD), a Alemanha desempenhou papel relevante, respondendo por 19,6% dos embarques destinados ao Brasil.
No acumulado de janeiro a setembro de 2025, os Estados Unidos também foram o principal destino das exportações brasileiras de dispositivos médicos, somando US$ 148 milhões, 22,7% do total exportado pelo país. A Argentina ocupou a segunda posição, com participação de 8,5% (US$ 54,9 milhões). A Bélgica apareceu em terceiro lugar, representando 5,4% das vendas externas no período. Entre os segmentos, destacam-se as compras norte-americanas de equipamentos e material de apoio para OPME, que corresponderam a 60,2% das exportações brasileiras desse grupo.
“A adoção da tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre dispositivos médicos brasileiros segue influenciando o comportamento do comércio bilateral. Parte do desempenho positivo das exportações até setembro pode ter sido impulsionada pela antecipação de operações realizadas antes da entrada plena da medida. No entanto, como os EUA são o principal destino internacional dos produtos brasileiros do setor, a tendência é de que os próximos levantamentos mostrem de forma mais clara eventuais impactos negativos sobre as vendas externas”, analisa o presidente executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.
O Boletim Econômico ABIIS é desenvolvido pela Websetorial Consultoria Econômica.
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