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Dispositivo criado por brasileiro avança no diagnóstico de infarto

Um dispositivo físico com um software que interpreta o resultado do exame de sangue em conjunto com os dados clínicos do paciente. Essa solução, desenvolvida pela Cor.Sync, pode auxiliar no diagnóstico de infarto e tem o apoio da Fapesp.

A solução com o algoritmo emula a experiência de um cardiologista especializado e as particularidades do paciente, “isso é crucial porque nem todo serviço de saúde tem um cardiologista experiente disponível 24 horas por dia”, destaca o pesquisador. “Muitas vezes, o paciente é atendido por um médico residente, um profissional de outra especialidade ou um generalista, que não tem toda a experiência de um cardiologista.”, destaca o pesquisador Raul de Macedo Queixada.

Atualmente, a Cor.Sync se dedica ao diagnóstico de infarto do coração, no entanto essa tecnologia pode ser usada para outros exames. “Criamos uma plataforma de diagnóstico e esse mesmo método pode ser aplicado para outros exames de biomarcador ou patógeno”, comenta.

O dispositivo está em fase final de estudos pré-clínicos, etapa obrigatória para dispositivos médicos de diagnóstico in vitro. Na fase de estudos, os resultados serão comparados com os do padrão ouro atual (testes laboratoriais). “Ainda não temos o produto pronto para venda nem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa]. A expectativa é que, ainda neste ano, sejam iniciados os estudos clínicos e, no ano que vem, o teste possa ser comercializado.”, relata Queixada que conclui “para o Sistema Único de Saúde e os planos de saúde, esses pacientes são caríssimos porque necessitam de acompanhamento multiprofissional periódico e, não raro, necessitam de reinternações hospitalares”.

Curiosidade, seu próprio caso

Raul de Macedo Queixada tinha 25 anos quando, em 2016, deu entrada na emergência de um hospital com dores no peito. Lá descobriu que poderia se tratar de um infarto provocado por estresse e ansiedade. O diagnóstico só foi confirmado mais de cinco horas depois, com os primeiros resultados de exames.
Formado em engenharia mecatrônica e atuando no segmento de dispositivos médicos desde 2012, Queixada identificou ali um problema crítico no sistema de saúde. “Fui para o hospital com dor no peito, passei pelo atendimento, a equipe de saúde coletou exames para avaliar a possibilidade de um infarto do coração e fiquei cerca de cinco horas esperando pelas primeiras informações. Só recebi alta depois de oito horas em observação.”.

A partir dessa experiência, Queixada iniciou um estudo independente que, posteriormente, transformou-se em uma pesquisa de mestrado em engenharia biomédica. “Com a visão de engenheiro, pensei: não é possível que uma doença tão aguda e que mata com tanta frequência demore tanto tempo para ser diagnosticada num serviço de emergência.” Após resultados preliminares promissores, ele fundou a startup Cor.Sync.

Com informações do CBDL – 24.07.2025.

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