Importações seguem como principal motor do setor; emprego avança e SUS registra alta em cirurgias.
O mercado brasileiro apresentou crescimento de 6,4% no consumo aparente de dispositivos médicos – soma da produção nacional e das importações, descontadas as exportações –, nos nove primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2024. Os dados fazem parte do Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), que acaba de ser divulgado. O segmento de “Próteses e implantes – OPME” teve um incremento de 7,2%, “Reagentes e analisadores” aumentou 6,4% e “Materiais e equipamentos para a saúde” cresceu 6,13%.
O resultado foi impulsionado sobretudo pelo avanço de 9,3% nas importações do setor, que somaram US$ 6,6 bilhões. As exportações totalizaram US$ 650 milhões, alta de 5,7%. Com isso, a balança comercial do setor registrou déficit de US$ 5,962 bilhões, aumento de 9,7% na comparação anual.
A produção nacional também cresceu, embora em ritmo mais moderado, com alta de 1,2% no período. O setor industrial e comercial abriu 2.858 vagas, entre janeiro e setembro, um avanço de 1,9%. O contingente total chegou a 152.813 trabalhadores, sem incluir profissionais da área de complementação diagnóstica e terapêutica. O destaque ficou por conta do segmento de “Fabricação de materiais para medicina e odontologia”, responsável por 896 novas vagas no período.
Para os próximos meses, a expectativa é de estabilidade. “O número de beneficiários de planos de saúde está estagnado há uma década, em torno de 25% da população. A expansão da saúde suplementar e o dinamismo do mercado de dispositivos médicos dependem diretamente do crescimento econômico, da melhora da confiança do empresariado que contrata planos corporativos e do aumento da renda da população, medido pelo PIB per capita”, analisa o presidente executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.
Nos nove primeiros meses do ano, o SUS registrou 10,7 milhões de internações, volume praticamente estável (0,02%), frente ao mesmo período de 2024. Houve um crescimento de 8,6% nos “Tratamentos de lesões, envenenamentos e outros, decorrentes de causas externas”, aumento de 7,9% nos procedimentos de “Transplante de órgãos, tecidos e células” e redução de 0,33% em tratamentos clínicos.
As internações para cirurgias tiveram alta de 2,5% no período, totalizando 4,8 milhões de procedimentos, contra 4,68 milhões registrados de janeiro a setembro de 2024. As maiores altas foram verificadas em “Bucomaxilofacial”, com crescimento de 12,4%, e em “Cirurgia do aparelho circulatório”, que avançou 9,1%.
A realização de exames ambulatoriais no SUS recuou 2,3%, chegando a 998,6 milhões, abaixo do nível observado no mesmo período de 2024 (1,02 bilhão). Apesar da queda geral, houve aumento de 10,9% nos exames de “Diagnóstico por tomografia”. Já os “Diagnósticos em vigilância epidemiológica e ambiental” apresentaram retração de 11,4%.
O Boletim Econômico ABIIS é desenvolvido pela Websetorial Consultoria Econômica.
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