O presidente executivo da CBDL, Carlos Eduardo Gouvêa, e o presidente do Consellho de Administração da entidade, Fábio Arcuri, participaram do MedTech Forum 2022 (“MTF”) realizado em Barcelona, Espanha, entre os dias 3 e 5 de maio. Depois de dois anos sem eventos presenciais, o MTF2022 reuniu mais de 800 pessoas das áreas de Dispositivos Médicos e Diagnóstico, basicamente de todo o continente europeu, além de participantes da Ásia, Américas e Oriente Médio.
As discussões mais frequentes eram sobre as novas diretivas europeias para dispositivos médicos (MDR) e diagnóstico (IVDR) e respectivos desafios para sua implementação, inclusive a falta de organismos certificadores (“notifying bodies”) devidamente habilitados em quantidade suficiente para a demanda.
As inovações tecnológicas, principalmente equipamentos e sistemas totalmente integrados prontos para interoperabilidade, foram temas recorrentes. Telemedicina, compartilhamento seguro de dados, sensores em “wearables”, foram também abordados.
Todavia, as barreiras apresentadas por uma legislação nova e sem ainda infraestrutura para implementá-la levantou críticas gerais, principalmente porque, no caso europeu, muitas das decisões são políticas (e não apenas técnicas), tomadas pelas 27 nações que fazem parte da União Europeia. Proteção de dados, inteligência artificial, interoperabilidade são algumas das áreas em verdadeira revolução e que podem ser impactadas pela Regulação recentemente alterada.
O debate sobre o impacto da pandemia de COVID-19 foi também parte da pauta e gerou uma discussão produtiva sobre como estamos (ou não) preparados para a próxima pandemia. A importância e valor do diagnóstico e dos dispositivos médicos (principalmente para UTIs) foi realçada por todos, além do destaque para a rapidez com que a indústria de MedTech se organizou para responder à emergência.
Na área de Integridade, os destaques foram para mesas redondas como:
– Do Código à Cultura (em que se debateu a importância de que a cultura organizacional se identifique verdadeiramente com os valores e princípios de ética e integridade do que apenas a formalidade de um código de conduta);
– Transparência – efeitos no engajamento dos profissionais de saúde (onde foram apresentadas algumas soluções globais que podem ser aplicadas para empresas com presenças em diversos países, uniformizando os controles, sem deixar de ter o tom local, garantindo o atendimento a princípios comuns e reduzindo-se o risco de falhas no sistema de integridade);
– Empoderamento do paciente – cada vez mais a voz do paciente é (e deve ser) ouvida. Assim, a participação dos pacientes em determinados processos se faz cada vez mais presente e necessária.
“O evento trouxe uma excelente oportunidade para a troca de experiências e alinhamento das principais atividades com os diversos países membros do GMTA – Global Medical Technology Alliance, cuja reunião semestral aconteceu no primeiro dia do evento, em formato híbrido, com participantes do mundo todo, além de Adriana Velazquez, da OMS – Organização Mundial da Saúde”, concluiu Gouvêa.
Com informações do site da CBDL (09/05/2022)