A Anvisa vem realizando a Consulta Pública (CP) 912 sobre a realização de testes rápidos para a detecção da Covid-19 em novos ambientes de saúde, como consultórios clínicos, farmácias, dentre outros. O tema é controverso, uma vez que uma parte do setor se posiciona contrária à medida, defendendo, por exemplo, que os testes realizados em farmácias apresentam mais riscos de erros (falsos positivos e negativos).
De acordo com o presidente executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Carlos Eduardo Gouvêa, esta informação não corresponde com a verdade.
Na visão da entidade, o consumidor que atualmente busca uma farmácia para realizar o teste para o diagnóstico do novo coronavírus deve estar munido de informações sobre qual teste é mais indicado para fazer, conforme a situação que se apresenta no momento do exame. Esta informação será confirmada pelo profissional de saúde, no caso, o farmacêutico, que poderá ler a bula, executar o teste e interpretar o resultado de forma correta.
Segundo Gouvêa, em função da pandemia, atualmente há dois tipos de testes rápidos oferecidos em farmácias: os testes de antígenos e os testes de anticorpos. Isso poderia gerar uma “confusão” ao consumidor na hora de escolher o teste mais indicado a fazer.
Ele explica, de forma didática, simples e esclarecedora, quais são os momentos corretos para fazê-los:
A) quem teve contato com alguém positivo há poucos dias e, principalmente se está assintomático, pode ir sim à farmácia fazer o teste de antígeno (que apresenta a alta eficácia e confiabilidade, próximo ao teste padrão ouro, o RT PCR);
B) para aquele que quer saber se já teve contato algum dia (e está possivelmente imune), o teste de anticorpo é o ideal;
C) para aquele que não tem a mínima ideia, deveria fazer os dois: 1) primeiramente o anticorpo – se der positivo, já sabe que tem anticorpo e nem precisaria fazer o antígeno. Caso o de anticorpo dê negativo, a pessoa deveria fazer o de antígeno – e se der positivo, deve procurar cuidado médico;
D) se o de antígeno der negativo, então, deve continuar tomando os devidos cuidados para não se infectar (lavar as mãos, evitar aglomerações, usar máscaras, etc).
“Os testes de antígeno têm demonstrado excelente performance (alta sensibilidade e especificidade) para o período entre três e oito dias da possível contaminação, isto é, equivalem aos testes de RT-PCR realizados em laboratórios e hospitais. Ou seja, em apenas 15 a 20 minutos é possível ter uma informação precisa e precoce para propiciar o acesso ao tratamento adequado, evitando as complicações que a COVID-19 pode trazer. Considerando que estamos no meio de uma provável segunda onda da pandemia, e com planos emergenciais para a contenção do vírus, a opção de promover a testagem massiva à população, utilizando-se da estrutura de saúde existente, inclusive das farmácias (que são mais de 88 mil em todo o País), faz todo o sentido”, concluiu Gouvêa.
Com informações do site da CBDL (23/11/2020)