Logo ABIIS

Leia também

Câncer do colo do útero: exame para detecção é oferecido no SUS

Risco de desenvolvimento do câncer é de aproximadamente 30% se as lesões não forem avaliadas e tratadas

O câncer do colo do útero, ou câncer cervical, é um dos tumores que mais acomete a população feminina. A estimativa é de uma incidência de mais de 16,5 mil casos para o ano de 2022. A infecção se dá por meio do contato com pele e mucosas infectadas e é transmitida, na maioria das vezes, através da relação sexual desprotegida. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que esta é a quarta causa de morte por câncer entre as mulheres no Brasil.

Uma das principais formas de prevenção e controle é a detecção precoce, possível por meio da realização do exame citopatológico, também conhecido como exame preventivo. Ele é oferecido de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e permite a identificação de lesões precursoras que, se tratadas precocemente, possuem grandes chances de não evoluírem para o câncer.

Esse tipo de neoplasia está diretamente ligada à infecção pelo HPV, especialmente os subtipos HPV-16 e HPV-18, responsáveis por cerca de 70% dos cânceres cervicais. Mas apesar de ter grande influência, a infecção por HPV costuma estar associada a outros fatores para o desenvolvimento do câncer do colo do útero, como fatores comportamentais, baixa imunidade e fatores genéticos.

Segundo dados do World Cancer Report e do próprio INCA, o risco de desenvolvimento do câncer do colo do útero é de cerca de 30% se as lesões não forem avaliadas e tratadas. As alterações celulares tendem a evoluir de forma lenta, podendo levar de 10 a 20 anos para o surgimento do câncer.

Exame citopatológico

O exame é recomendado para mulheres de 25 a 64 anos que já iniciaram atividade sexual. Inicialmente, deve ser realizado uma vez por ano e, após dois exames normais consecutivos, passa a ser feito a cada 3 anos.

Para mulheres com mais de 64 anos que nunca se submeteram ao exame, recomenda-se realizar duas vezes, com intervalo de um a três anos. No caso de resultado negativo, elas não precisam fazer novos exames, visto que não há evidências de efetividade do rastreamento após os 65 anos.

Para garantir um resultado correto, a mulher não deve ter relações sexuais nos dois dias anteriores ao exame e deve evitar também o uso de duchas, medicamentos e/ou métodos contraceptivos que precisam ser introduzidos na vagina. É importante também que o exame seja realizado após 5 dias do término da menstruação, pois a presença de sangue pode afetar a qualidade da amostra coletada e influenciar no resultado.

Como é feito?

O exame deve ser realizado preferencialmente em uma unidade de saúde e coletado por um profissional que explicará sobre o procedimento. Após a preparação para o exame, é realizada a inspeção dos órgãos genitais e, em seguida, é introduzido o instrumento chamado espéculo na via vaginal, conhecido popularmente como “bico de pato” devido ao seu formato.

A partir daí, o profissional visualiza o colo do útero e realiza a coleta do material com uma pequena espátula e uma escovinha. As amostras são colocadas em uma lâmina, fixadas e encaminhadas para análise em laboratório especializado em citopatologia. O exame preventivo é acessível, efetivo, simples e rápido.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, é possível reduzir, em média, entre 60% e 90% os índices de câncer do colo do útero quando a cobertura de rastreamento da população feminina é de pelo menos 80%, proporcionando assim, diagnóstico e tratamento adequados nos casos confirmados.

Com informações do GOV.BR (28/09/2022)