Resultados estão disponíveis e serão apresentados em webinário transmitido ao vivo nesta terça-feira, 3/6, às 14h
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulga nesta terça-feira, 3/6, os dados econômico-financeiros referentes ao 1º trimestre de 2025. As informações estão disponíveis no Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar, que permite a consulta por trimestre desde 2018. Na tarde desta terça-feira (3/6), a equipe da diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras (DIOPE) fará uma apresentação dos resultados em um webinário que poderá ser acompanhado ao vivo pelo portal da ANS ou pelo canal da Agência no YouTube.
As informações contábeis enviadas pelas operadoras de planos de saúde e pelas administradoras de benefícios à ANS demonstram que o setor registrou, no 1° trimestre de 2025, lucro líquido de R$ 7,1 bilhões (aumento de 114% em relação ao mesmo período do ano anterior). Esse resultado equivale a aproximadamente 7,7% da receita total do período, que foi aproximadamente R$ 92,9 bilhões. Ou seja, para cada R$ 100,00 de receitas, o setor auferiu cerca de R$ 7,70 de lucro ou sobra

Também de acordo com as informações recebidas, 78,3% das operadoras reguladas pela ANS (606 no total) terminaram o 1º trimestre com resultado líquido positivo informado (3,3 pontos percentuais acima do mesmo período do ano anterior).
Resultado das operadoras médico-hospitalares
As operadoras médico-hospitalares – que são o principal segmento do setor – somaram um lucro líquido de R$ 6,9 bilhões.
O desempenho deste segmento consolida a recuperação do resultado operacional – ligado às suas atividades diretas – com saldo positivo de R$ 4,4 bilhões na diferença entre as receitas e despesas diretamente relacionadas às operações de assistência à saúde, maior patamar da série histórica. Esse crescimento do resultado operacional se deu de forma expressiva nas cooperativas médicas, medicinas de grupo e seguradoras especializadas em saúde. As autogestões foram a única modalidade que apresentou prejuízo operacional: quase 0,5 bilhão (55% a mais que no mesmo período do ano anterior).
A remuneração das aplicações financeiras acumuladas pelas operadoras médico-hospitalares, que totalizaram R$ 128 bilhões no final de março de 2025, continua a contribuir fortemente com a composição do seu resultado líquido total. Num cenário de crescimento da taxa de juros básica da economia, o agregado do resultado financeiro foi positivo em R$ 3,6 bilhões no 1° trimestre de 2025, aumento de 58,6% em relação ao mesmo período do ano anterior – recorde da série histórica.
De acordo com o diretor de Normas e Habilitação das Operadoras, Jorge Aquino, o desempenho do setor no 1º trimestre de 2025 evidencia a consolidação da recuperação do resultado operacional. “Os dados demonstram a consolidação da recuperação do resultado operacional das operadoras, especialmente das médico-hospitalares, que atingiram o maior patamar da série histórica. Esse desempenho reflete não apenas uma recomposição de receitas, mas também um movimento importante de equilíbrio nas despesas assistenciais. Nosso compromisso segue sendo o de fornecer informações cada vez mais qualificadas e acessíveis para toda a sociedade”, declarou.
Resultado por porte de operadora médico-hospitalar
O painel Econômico-Financeiro também possibilita a análise dos resultados por porte de operadora.
Nele, é possível verificar, conforme o gráfico a seguir, que as operadoras médico-hospitalares de grande porte foram responsáveis pelo melhor desempenho no setor, registrando, em números agregados, R$ 5,5 bilhões de lucro líquido no 1° trimestre de 2025, (131% a mais que o mesmo período do ano anterior). Ainda que em proporção um pouco menor, os demais portes também tiveram crescimento expressivo.

Sinistralidade
A sinistralidade, principal indicador que explica o desempenho operacional nas operadoras médico-hospitalares, registrou, somente no 1° trimestre de 2025, o índice de 79,2% (3,3 pontos percentuais abaixo do apurado no ano anterior), conforme gráfico a seguir, o que indica que em torno de 79,2% das receitas advindas das mensalidades são utilizadas com as despesas assistenciais. Esta é a menor sinistralidade registrada em um 1° trimestre na série histórica iniciada em 2018.

A redução da sinistralidade nos números agregados é explicada principalmente pela recomposição das mensalidades em proporção superior à variação das despesas assistenciais, movimento percebido no setor desde 2023 e mantido no período observado.
No Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar também é possível consultar o desempenho individual por operadora de plano de saúde.
Despesas judiciais entram no Painel Econômico-Financeiro do setor
Nesta edição do Painel, a ANS passa a disponibilizar um quadro específico com os valores de despesas judiciais que as operadoras informam em seus balancetes, além de um novo gráfico que traz a relação entre resultado e patrimônio líquidos, ampliando o conjunto de indicadores disponíveis para a análise contábil.
“A inclusão é uma iniciativa da Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras com o intuito de aumentar ainda mais a transparência da ANS ao fornecer informações relevantes para os principais debates em andamento no setor. Este novo quadro no Painel certamente vai enriquecer o debate sobre a judicialização e seus impactos no setor”, destacou Jorge Aquino.
O diretor acrescentou que a possibilidade de registrar essas despesas é recente e que sua divulgação contribui para aprimorar o entendimento dessas contas e para a melhoria contínua da qualidade das informações contábeis disponíveis, tanto para as operadoras quanto para a ANS.
Para o último período analisado, é possível destacar que o total de despesas de judicialização (considerando a série de 12 meses) evoluiu de R$ 1,2 bilhão, ou 0,65% dos eventos indenizáveis (despesas assistenciais) no 1° trimestre de 2020 para R$ 3,9 bilhões, ou 1,49% dos eventos indenizáveis no 1° trimestre de 2025.
Além disso, é possível segregar a natureza da despesa de judicialização. Para o 1° trimestre de 2025, 62% das despesas tiveram origem em ações classificadas pelas operadoras como as que visavam procedimentos que deveriam ter sido cobertos pelos contratos de planos de saúde, enquanto 38% tiveram origem em ações relacionadas a demandas não previstas nos contratos de planos de saúde.
Entenda os conceitos
Resultado operacional: é a diferença entre as receitas e despesas da operação de saúde (receita das contraprestações/mensalidades e outras receitas operacionais deduzidas as despesas assistenciais, administrativas, de comercialização e outras despesas operacionais).
Resultado financeiro: é a diferença entre as receitas e despesas financeiras.
Resultado líquido: é a soma dos resultados operacional, financeiro e patrimonial, acrescidos do efeito de impostos e participações.
Sinistralidade: de forma geral, representa o percentual das receitas assistenciais (advindas das contraprestações/mensalidades) que são utilizadas com o pagamento de despesas assistenciais.
Com informações do Portal Gov.br – 03.06.2025.