O presidente da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde, Sérgio Rocha, foi um dos palestrantes do III Fórum de Ortopedia e Traumatologia do Conselho Federal de Medicina, realizado em 3 de setembro, na sede da entidade, em Brasília, transmitido também pelo YouTube. Participaram ainda integrantes da Câmara Técnica de Ortopedia e Traumatologia do CFM, da Unifesp, da Comissão Distrital de Residência Médica, do Ministério da Saúde, da Unimed e de outras entidades como a Abramge, ANMR e SBOT.
Sérgio Rocha abriu a palestra traçando um perfil da ABRAIDI e dos associados e lembrando que, em 2023, o grupo que integra a Associação foi responsável por mais de um milhão de cirurgias no país. Ele lembrou que ocupa também a cadeira de diretor da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde – ABIIS – entidade da qual a ABRAIDI faz parte. Rocha destacou que a mensagem que ele trazia estava focada no compliance e nos problemas que o setor ainda enfrenta. “Discutimos esse tema há mais de 30 anos, mas pouco avançamos, não tendo até hoje um prontuário integrado de pacientes”, exemplificou.
O presidente da ABRAIDI ressaltou onde estamos, o que pretendemos fazer e para onde vamos na saúde. “Vivemos uma crise ética em todo o país de forma ampla com completa inversão de valores, onde as decisões são tomadas pelos planos de saúde e não mais pelos médicos e pacientes. Temos três redes no Brasil que somam 191 hospitais e ainda temos visto operadoras, de uma hora para outra, descredenciar segurados”, contextualizou. Por outro lado, lembrou que a saúde privada gerencia cerca de 50 milhões de vidas e, segundo ele, esse número está diretamente ligado à economia do país, já que são as empresas as maiores contratantes de planos. “Os hospitais cedem à pressão das operadoras, que pressionam os fornecedores, que voltam a pressionar hospitais e médicos, num ciclo sem fim. Quantos de vocês aqui não conseguem negociar honorários?”, questionou.
“O Brasil é o único país do mundo onde o fornecedor vende para a operadora. É a forma distorcida como o mercado se formou por aqui e somos todos culpados por isso, cada um no seu segmento”, mostrou o presidente da ABRAIDI que ainda completou: “toda essa forma de negociação é muito antiética, sem nenhum poder de negociação, entre o fornecedor e o plano de saúde. Se recusamos uma tabela imposta pela operadora, somos expurgados do mercado”. Sérgio Rocha concluiu falando do trabalho, atuação e campanha do Instituto Ética Saúde, que reúne todos os players do setor, com exceção dos planos de saúde. “Apenas dois ou três operadoras pequenas estão no IES, as grandes, infelizmente, não fazem parte”, finalizou.
O III Fórum de Ortopedia e Traumatologia do CFM e a palestra do presidente da ABRAIDI podem ser assistida, abaixo:
Com informações do Portal da ABRAIDI – 04.09.2024