Graças à tecnologia, a área de saúde digital chegou para facilitar os serviços de medicina, favorecendo o atendimento, tratamento e diagnóstico. No entanto, como nota o site The Next Web, ainda não era algo que os investidores tratavam como uma prioridade, deixando o assunto ir, a cada vez mais, para o fim da fila, mas tudo mudou com a chegada da pandemia da COVID-19.
Com o coronavírus mudando completamente a nossa rotina, seja do trabalho ou da vida pessoal, muitas pessoas começaram a entender a importância da digitalização do setor da saúde, trazendo diversas reflexões que irão repercutir no futuro. Já no próximo ano, em 2021, muitas tendências ficarão ainda mais em evidência. Veja quais são:
1. Telemedicina
A telemedicina se tornou essencial durante a pandemia, uma vez que qualquer visita ao hospital poderia não só tomar o lugar de casos mais graves, como também colocar o paciente em risco pela exposição ao coronavírus. Muitos planos de saúde, inclusive, decidiram incluir o serviço para seus clientes em casos de sintomas leves, comprovando que o atendimento médico à distância é possível.
Além das consultas remotas, especialistas já disseram ter observado um aumento do uso de dispositivos médicos em casa, sem precisar fazer visitas constantes a hospitais, como monitorar o tratamento de pacientes com câncer com o uso de sensores. Além disso, a cada vez mais diferentes especialidades estão se adaptando ao uso da telemedicina como uma alternativa.
2. Inteligência artificial
O uso da inteligência artificial na área da saúde digital também deve aumentar consideravelmente nos próximos anos, com o mercado ultrapassando US$ 34 bilhões até o ano de 2025, e US$ 67 bilhões até 2027. Enquanto isso não acontece, alguns pacientes já estão presenciando o uso da tecnologia em seus tratamentos, como o robô PARO usado em pacientes ou demência, ou ainda em chatbots que oferecem conversas customizadas durante terapias.
As IAs também devem beneficiar áreas genômicas, de medicina de precisão, imagem, descoberta de medicamentos, entre outras, podendo ainda prescrever tratamentos personalizados que se adaptem ao estilo de vida e os dados médicos de cada paciente. As companhias de biotecnologia e farmacêuticas usam algoritmos de aprendizado de máquina para reduzir o ciclo de desenvolvimento dos medicamentos, e há pouco tempo pesquisadores dos Estados Unidos desenvolveram uma IA que consegue reconhecer e diagnosticar pacientes com a COVID-19 com precisão, apenas analisando o som da tosse.
3. Realidade virtual
O uso da realidade virtual na área de saúde digital, segundo uma pesquisa divulgada em julho deste ano, deve ser avaliada em aproximadamente US$ 2.383,68 bilhões até 2026, devido ao seu grande potencial de dominar a área da medicina e eliminar a necessidade do uso de determinadas medicações ou de cirurgias. A fim de comparação, o valor de mercado em 2018, há apenas dois anos, era de US$ 240,91 milhões.
A tecnologia, atualmente, vem sendo usada para o tratamento de dores crônicas, ansiedades e transtorno de estresse pós-traumático.
4. Saúde digital através das fronteiras
Com a pandemia da COVID-19, foi possível observar as mesmas falhas nos sistemas de saúde de diversos países e não só em relação à COVID-19 em si, como também em relação à entrega de um serviço eficiente aos pacientes. E para melhorar isso, é preciso que as nações possam contar umas com as outras em momentos como o atual.
“Estamos nisso juntos. O mundo está nisso junto. Nós somos dependentes uns dos outros, nós podemos aprender com os outros, nós podemos trocar dados e criar diferentes tipos de painéis para entender quais países estão tendo problemas no momento”, diz Annemieke Ålenius, diretora da agência de saúde sueca eHealth.
5. Big data
Ano após ano, companhias de todo o mundo estão focando em criar registros eletrônicos de saúde de forma mais acessível e abrangente. A Suécia, por exemplo, está em um estágio bem avançado em comparação com o restante do mundo, oferecendo aos seus cidadãos e residentes um número pessoal de identificação, que é conhecido como Swedish PIN (Ou PIN Sueco), usado para toda a documentação de saúde do indivíduo.
Durante o auge da pandemia do coronavírus no país, o governo criou um registro de tratamento intensivo para coletar dados de casos da doença que levaram o paciente a precisar de cuidados intensivos. Além disso, todas as receitas de medicamentos e despachos são feitos de forma eletrônica para que o monitoramento do estoque seja feito de maneira mais prática e em tempo real.
6. Aplicativos e wearables para o monitoramento da saúde
Cada vez mais os serviços que oferecem soluções de monitoramento estão evoluindo consideravelmente, estejam eles disponíveis em relógios inteligentes ou em aplicativos para smartphone. É possível monitorar os dados de saúde de pacientes com doenças crônicas, como em diabéticos, medindo os níveis de açúcar no sangue ou a quantidade de oxigênio no sangue em casos de doenças respiratórias.
Até 2023, a previsão é que o mercado de dispositivos vestíveis, os wearables, atinja um valor de mercado de US$ 27 milhões.
7. Centros de saúde digitais
A inovação é a chave para a evolução dos serviços digitais de saúde, e a maneira mais fácil de fazer isso é criar lugares acessíveis para investidores e parceiros, criando conexões e desenvolvendo relacionamentos. Os países que já vêm fazendo isso, e com sucesso, são a Alemanha e a Suécia, conhecida por criar centros de saúde digitais que retornam resultados excelentes.
Com informações do site CanalTech (26/11/2020)