Vice-presidente do Conselho de Administração da ABIIS avaliou 2020 e se mostrou otimista para 2021, em live
As consequências da pandemia para o mercado de dispositivos médicos e as perspectivas para 2021’ foi o tema da live promovida pelo Grupo Mídia em parceria com a Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde, no dia 11 de dezembro.
Para o vice-presidente do Conselho de Administração da ABIIS, Carlos Eduardo Gouvêa, “o setor da Saúde tem condições de responder de maneira construtiva num cenário de retomada econômica. Todos perceberam o valor inquestionável da Saúde, a importância de ter uma estrutura capacitada para responder determinadas demandas de maneira rápida. A retomada de outros setores da economia só será possível com o suporte sanitário adequado”, afirmou.
O diretor-executivo da Aliança, José Márcio Cerqueira Gomes, que conduziu a conversa, ressaltou os dados do Boletim Econômico ABIIS que mostraram uma retração 7,2% na produção nacional em 2020 e que as importações e exportações compensaram esse déficit provocado pelo cancelamento de cirurgias e exames eletivos. “No acumulado de janeiro a setembro, as importações totalizaram 4,9 bilhões de dólares, com um crescimento de 18,5% em relação ao mesmo período de 2019. Já as exportações somaram 536 milhões de dólares, representando também crescimento de 16,6% no período em questão”. E questionou sobre a necessidade de se repensar as cadeias globais de fornecimento na área de dispositivos médicos.
Para Gouvêa, é preciso revisitar, do ponto de vista estratégico, a questão da autossuficiência. E, segundo ele, os países da América Latina estão atentos a esta questão. “É preciso usar as capacidades de cada país e criar uma relação de confiança, para momentos como esse que vivemos de escassez de alguns produtos. O Brasil precisa se inserir nas cadeias globais, exercendo papel de liderança aonde ele tem capacidade e expertise”, defendeu. E lembrou que projetos importantes surgiram a partir da falta de respiradores, durante a pandemia, por exemplo. “Precisamos de uma academia preparada, com bons projetos, da indústria forte e da área de fomento e incentivo para essas inovações tecnológicas. E, obviamente, os clusters vão surgir nas nossas áreas de excelência. São necessárias sementes férteis para um novo futuro”.
O vice-presidente da ABIIS citou alguns legados da pandemia: revisão de valores, maior preocupação com nossa saúde e das outras pessoas, mudanças de hábitos (como lavar mais as mãos e outros hábitos de higiene), a telemedicina, a valorização do diagnóstico precoce e preciso (que salva vidas) e o point of care – “que são testes à beira do leito do paciente ou próximo onde a pessoa está. É uma forma de levar o diagnóstico para onde está o cidadão.
As farmácias foram grandes aliadas na pandemia. E elas estão, muitas vezes, onde nem o médico chega. O resgate do papel do farmacêutico está acontecendo e é uma forma de levar acesso ao cidadão “invisível” ao sistema de saúde. Após uma primeira triagem, a pessoa é orientada a realizar testes confirmatórios e/ou complementares em um laboratório – que provavelmente não o receberia no primeiro momento. 2020 foi, sem dúvidas, um ano de aprendizados incríveis”, finalizou Carlos Eduardo Gouvêa.
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